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Os fortes ataques russos às posições ucranianas que defendem a estratégica cidade de Chasiv Yar, na frente leste, estão a perturbar a rotação de tropas e a entrega de alguns equipamentos, de acordo com militares na região.

As tropas russas procuram aproveitar a sua vantagem em número de tropas e armamento antes que as forças ucranianas sejam reforçadas pela prometida nova ajuda militar ocidental que já está a chegar à linha da frente, referem analistas citados esta terça-feira pela agência Associated Press (AP).

Os militares do Kremlin têm atingido alvos civis com a mesma força, utilizando poderosas bombas que destroem edifícios e deixam enormes crateras.

A sua campanha de meses para paralisar o fornecimento de eletricidade à Ucrânia visa minar o moral público e negar energia à crescente indústria de armas da Ucrânia.

Para os soldados ucranianos que defendem a região oriental de Donetsk, os ataques terrestres e as barragens aéreas russas permitem pouco descanso após mais de dois anos de guerra.

“Trabalhamos, pode-se dizer, sem descanso”, contou um comandante de pelotão que, de acordo com as regras de sua brigada, se identificou apenas pelo primeiro nome, Oleksandr.

“Portanto, não há dois dias iguais. Temos sempre de estar prontos para trabalhar dia e noite“, realçou à AP na segunda-feira.

Manter Chasiv Yar é crucial. A cidade, muito procurada devido à sua localização estratégica e posição elevada, mas agora em grande parte em ruínas, fica a oeste da vizinha Bakhmut, que foi capturada pela Rússia no ano passado, após uma batalha de 10 meses.

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A Ucrânia está a correr para estabilizar partes da linha de frente de cerca de 1.000 quilómetros, depois de a assistência militar extremamente necessária ter sido aprovada pelos Estados Unidos em abril. Um atraso de seis meses na ajuda dos EUA colocou os militares da Ucrânia na defensiva.

Membros da brigada de artilharia em Chasiv Yar relataram que começaram a chegar munições norte-americanas.

Espera-se que os EUA anunciem nas próximas horas que vão enviar mais 150 milhões de dólares ( mais de 139 milhões de euros) em munições extremamente necessárias para a Ucrânia, e o primeiro-ministro checo, Petr Fiala, adiantou esta terça-feira que o primeiro carregamento de munições no âmbito de uma iniciativa checa foi entregue à Ucrânia.

O Instituto para o Estudo da Guerra, um grupo de reflexão com sede em Washington, alertou que levará algum tempo até que os efeitos do novo armamento ocidental sejam sentidos na linha da frente.

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Entretanto, afirmou, “as forças russas estão a tentar obter ganhos taticamente e operacionalmente significativos” antes de chegar.

Noutros locais, as forças do Kremlin mantiveram os ataques a infraestruturas civis com três ataques aéreos na região nordeste de Kharkiv, destacaram esta terça-feira autoridades locais, embora ninguém tenha ficado ferido.

A Rússia atacou Kharkiv nos últimos meses, aparentemente para afastar algumas forças ucranianas da defesa de Donetsk, enquanto tentava criar uma zona tampão para evitar ataques ucranianos transfronteiriços.

A Rússia lançou 42 bombas planadoras contra a região de Kharkiv nas últimas 24 horas, sublinharam as autoridades ucranianas.