A mulher que foi alvo de uma tentativa de assassinato pelo ex-marido em Vigo, há 8 anos, foi ouvida esta quarta-feira, depois de saber que este tinha saído em liberdade condicional de uma prisão espanhola, tendo cumprido apenas dois terços da pena de 11 anos e quatro meses.

A informação foi confirmada pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que explicou que a vítima foi ouvida durante o dia depois de se ter deslocado a 5 de agosto a uma esquadra em Braga para formalizar uma queixa por violência doméstica contra o ex-marido e empresário Carlos Pinto. Estava “muito preocupada após ter sabido que o ex-marido, julgado e condenado a prisão efetiva, havia saído recentemente da prisão”, indicou a PSP numa resposta escrita ao Observador.

Português que tentou matar mulher em Vigo há 8 anos procurado após ter aproveitado condicional para se aproximar da vítima, em Portugal

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“A vítima alegou temer que o suspeito volte a atentar contra a sua integridade física e a vida ou mesmo da sua filha menor, resultado de um relacionamento atual”, disse ainda a PSP, acrescentando que foi elaborado um plano de segurança. As autoridades garantiram também que “têm assegurado policiamento de proximidade e prevenção criminal nas imediações da residência da vítima, com contactos periódicos e pessoais com a mesma”.

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O caso remonta a 2016, numa altura em que Carlos Pinto e Eliza estavam casados há seis meses, depois de cerca de outros seis de namoro. O empresário tentou matar a esposa durante uma deslocação a Vigo, em que pediu que a mulher o acompanhasse sob o pretexto de uma viagem de negócios.

Na altura, um tribunal espanhol sublinhou que ficou claro que o motivo da tentativa de homicídio era financeiro, uma vez que o casal tinha feito um seguro de vida meses antes, no valor de 150 mil euros.

O empresário foi libertado este ano de uma prisão espanhola. Depois disso tentou entrar em contacto com a ex-mulher através das redes sociais. Agora, não é conhecido o paradeiro do homem e a justiça espanhola quer que volte para a prisão, após ter tomado conhecimento de que não respeitou o afastamento da vítima.