A NATO manterá a porta aberta para a Ucrânia, caso o país pretenda aderir à Aliança, afirmou esta sexta-feira o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, depois de Kiev ter anunciado querer relançar o processo de adesão.

“O Governo submeteu ao Parlamento um projeto de lei que visa anular o estatuto exterior ao bloco da Ucrânia e voltar ao processo de adesão à NATO”, declarou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, durante um conselho de ministros.

Em abril de 2008, na cimeira de Bucareste, os dirigentes dos Estados-membros da NATO concordaram que a Ucrânia tinha condições para integrar a Aliança Atlântica. Mas, em 2010, o Governo pró-russo do ex-presidente Viktor Ianukovich, renunciou a este objetivo, apesar de manter a cooperação com a organização.

Esta semana, Iatseniuk indicou que a Ucrânia esperava “decisões cruciais” durante a cimeira da NATO, que vai decorrer nas próximas quinta e sexta-feira, em Newport (Reino Unido). “A Ucrânia precisa de ajuda”, sublinhou.

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Na reunião de emergência dos embaixadores dos países-membros, em Bruxelas, Rasmussen declarou que “não pretendia interferir nas discussões políticas ucranianas”, mas lembrou a decisão que a NATO tomou na cimeira de Bucareste em 2008.

“A Ucrânia será membro da Aliança Atlântica se assim o desejar e se cumprir os critérios necessários”, sublinhou o secretário-geral da organização. Na mesma reunião, a NATO pediu à Rússia para “pôr fim às ações militares ilegais na Ucrânia”, e denunciou uma “grave escalada da agressão militar russa”.

“Condenamos, nos termos mais fortes, o permanente desprezo da Rússia em relação às suas obrigações internacionais. Pedimos à Rússia que ponha fim às ações militares ilegais, ao apoio aos separatistas armadas e que tome medidas imediatas e verificáveis para diminuir a tensão da crise” no leste da Ucrânia, declarou Rasmussen.