Morreu a senadora espanhola Rita Barberá, antiga presidente da câmara de Valência. A mulher, de 68 anos, morreu depois de ter sofrido um ataque cardíaco num hotel em Madrid, informa a imprensa espanhola. Barberá, uma líder histórica do PP, teve de ser socorrida na sequência de uma crise respiratória.

Ainda esta semana, Rita Barberá foi presente ao Supremo Tribunal para ser interrogada relativamente ao escândalo de corrupção e branqueamento de capitais — que ficou conhecido como ‘Imelsa’ — que envolveu o grupo do PP em Valência. Este caso tornou-se público em janeiro deste ano, altura em que a Ministério Público e a Guardia Civil detiveram 24 pessoas ligadas ao partido do atual governo, de Mariano Rajoy, suspeitas de receberem comissões ilegais para contratos públicos naquela região espanhola.

Em março, a revelação de escutas telefónicas permitiu descobrir que a campanha eleitoral de Barberá na corrida para a câmara de Valência tinha contornos duvidosos. Segundo as escutas, alguém da confiança da senadora terá pedido à ex-vereadora da Cultura que depositasse 1.000 euros numa conta, que seriam devolvidos em duas notas de 500 euros. Tratar-se-ia de um processo de lavagem de dinheiro com origem criminosa, provou-se mais tarde.

De acordo com o El Mundo, durante a investigação a histórica do PP apenas reconheceu ter entregado mil euros ao partido e como donativo. O dinheiro nunca lhe chegou a ser devolvido.

O escândalo levou Rita Barberá a abandonar o PP em setembro deste ano, a pedido do próprio partido. Na altura disse que saía para demonstrar a sua “entrega” ao PP. Defendeu ainda que a demissão lhe permitiria “atuar em plena liberdade, sem estar submetida a qualquer disciplina”. Atualmente continuava a ser investigada no âmbito do caso ‘Imelsa’.

Rita Barberá foi a líder da comunidade de Valência entre 1991 e 2015 e era atualmente senadora designada pela comunidade.

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