Quando se casou com D. Maria Ana de Áustria, D. João V prometeu que construiria um convento em Mafra se a rainha lhe desse descendência. Quando D. Maria Ana engravidou, passados três anos, o rei deu ordem para que começasse a construção da casa religiosa, que teria capacidade para apenas cerca de 13 frades. Ainda no mesmo ano, D. João mudou de ideias e decidiu transformar o pequeno convento no maior projeto arquitetónico promovido pela dinastia de Bragança.

O Real Edifício de Mafra foi inaugurado a 22 de outubro de 1730, no dia em que o rei completou o seu 41.º aniversário. Nos quase 200 anos que se seguiram, até à queda da monarquia, Mafra foi um dos palácios de predileção dos monarcas portugueses, que o visitavam com regularidade em busca de um lugar mais seguro, para caçarem na Tapada ou simplesmente para descansar. D. Manuel II, último rei de Portugal, costumava viajar de Lisboa para Mafra apenas para tocar órgão na igreja, a única no mundo com seis destes instrumentos que podem ser tocados em simultâneo.

Apesar de muito frequentado pela família real, o Palácio de Mafra não costumava ser utilizado para eventos oficiais. Nunca foi palco de um casamento e a basílica recebeu um único batizado (para o qual teve de ser construído uma pia batismal, porque a igreja não tinha uma). D. Maria Francisca, filha de D. Duarte Pio de Bragança, será a primeira Bragança a casar em Mafra desde a fundação do convento e palácio, um local carregado de simbolismo pela ligação histórica que tem com a família, não só porque foi construído por um dos seus membros, mas também porque foi daquela casa que, em 1910, saiu para o exílio o último rei de Portugal.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.