Depois de terem falhado o Mundial da Rússia, há quatro anos, os Camarões chegam ao Qatar com o rótulo de serem uma das seleções africanas com maior capacidade de surpreender os ditos favoritos ou candidatos a chegar longe no Mundial. Com os quartos de final de 1990 a serem ainda o melhor resultado camaronês em Campeonatos do Mundo, o objetivo passa por voltar a ultrapassar a fase de grupos — algo que não acontece precisamente desde aí, em Itália, há 32 anos.
Rigobert Song é o selecionador apenas desde fevereiro, tendo substituído o português Toni Conceição — que saiu em total diferendo com a Federação Camaronesa de Futebol, liderada por Samuel Eto’o, num processo que até afastou Choupo-Moting e outros jogadores das convocatórias. Song, que foi internacional em mais de 130 ocasiões e esteve em três Mundiais, tem sido muito contestado pela opinião pública pela escassa experiência (anteriormente, só orientou os Sub-23 dos Camarões) mas beneficia do apoio total da Federação e voltou a contar com Choupo-Moting e companhia.
Aboubakar, antigo avançado do FC Porto que está atualmente no Al-Nassr, é o capitão, o mais internacional e o principal goleador da seleção africana. Inseridos num grupo onde o Brasil parte na pole-position para ficar no primeiro lugar e a Sérvia é a principal candidata para também seguir para os oitavos de final, os Camarões não vão deixar de tentar proporcionar uma surpresa para repetir o feito incrível de 1990.
BI
- Ranking FIFA atual: 43.º
- Melhor ranking FIFA: 11.º (novembro de 2006 a janeiro de 2007; novembro a dezembro de 2009)
- Alcunha: Les Lions Indomptables (Os Leões Indomáveis)
- Presenças em fases finais: 7
- Última participação: Fase de grupos no Mundial do Brasil, em 2014
- Melhor resultado: Quartos de final no Mundial de Itália, em 1990
- Qualificação: Apuramento direto através da terceira ronda da qualificação africana
- O que seria um bom resultado? Voltar a passar a fase de grupos, algo que só aconteceu uma única vez
Jogos em 2022
- CAN, 9/1: Burkina Faso (casa), 2-1 (V)
- CAN, 13/1: Etiópia (casa), 4-1 (V)
- CAN, 17/1: Cabo Verde (casa), 1-1 (E)
- CAN, 24/1: Comores (casa), 2-1 (V)
- CAN, 29/1: Gâmbia (casa), 0-2 (V)
- CAN, 3/2: Egito (casa), 0-0, 1-3 (D)
- CAN, 5/2: Burkina Faso (casa), 3-3, 3-5 (V)
- Qualificação para o Mundial, 25/3: Argélia (casa), 1-0 (D)
- Qualificação para o Mundial, 29/3: Argélia (fora), 1-2 (V)
- Qualificação para a CAN, 9/6: Burundi (fora), 0-1 (V)
- Jogo particular, 23/9: Uzbequistão (neutro), 0-2 (D)
- Jogo particular, 27/9: Coreia do Sul (fora), 1-0 (D)
O onze
- 4x3x3: Onana; Fai, Nkoulou, Castelletto, Nouhou; Mbeumo, Gouet, Anguissa; Choupo-Moting, Aboubakar, Ekambi
O treinador
- Rigobert Song (camaronês, 46 anos, desde fevereiro)
- Outros clubes: Sub-23 dos Camarões
O craque
- Choupo-Moting (33 anos, avançado do Bayern Munique)
- Outros clubes: Hamburgo, Nuremberga, Mainz, Schalke 04, Stoke City e PSG
A revelação
- Bryan Mbeumo (23 anos, avançado do Brentford)
- Outros clubes: Troyes
O mais internacional e o maior goleador
- Vincent Aboubakar (88 internacionalizações e 33 golos)
Os 26 convocados
- Guarda-redes (3): Simon Ngapandouetnbu (Marselha), Devis Epassy (Abha Club), André Onana (Inter Milão);
- Defesas (7): Nicolas Nkoulou (Aris Saloniki), Nouhou Tolo (Seattle Sounders), Oliver Mbaizo (Philadelphia Union), Collins Fai (Al-Tai), Jean-Charles Castelletto (Nantes), Enzo Ebosse (Udinese), Christopher Wooh (Rennes);
- Médios (6): Olivier Ntcham (Swansea), Pierre Kunde (Olympiacos), Martin Hongla (Hellas Verona), Samuel Gouet (KV Mechelen), Gaël Ondoa (Hannover), André-Frank Zambo Anguissa (Nápoles);
- Avançados (8): Moumi Ngamaleu (Dínamo Moscovo), Jerome Ngom Mbekeli (Apejes FC), Jean-Pierre Nsamé (Young Boys), Georges-Kevin Nkoudou (Besiktas), Vincent Aboubakar (Al-Nassr), Karl Toko Ekambi (Lyon), Bryan Mbeumo (Brentford), Eric Maxim Choupo-Moting (Bayern Munique).
O local do estágio
- Banyan Tree Doha At La Cigale Mushaireb, em Al Khaleej (treinos: Al Sailiya SC Stadium)
A antevisão
A ligação a Portugal
Vincent Aboubakar, que jogou no FC Porto entre 2014 e 2020, é naturalmente a grande ligação dos Camarões a Portugal. O avançado de 30 anos, que está agora a atuar no Al-Nassr depois de uma breve passagem pelo Besiktas da Turquia, é o capitão da seleção africana, o jogador mais internacional e o máximo goleador, tornando-se claramente a grande referência do conjunto de Rigobert Song. De fora da convocatória do selecionador camaronês, porém, ficou Léa Siliki, avançado do Estoril.
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