792kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

i

John Shelley Collection/Avalon/Getty Images

John Shelley Collection/Avalon/Getty Images

Escândalos públicos, desgostos em privado e a amizade inquebrável: a história de Fergie e André

Divorciados há 25 anos, Sarah Ferguson e André ainda partilham a mesma casa. Ao noivado rápido seguiu-se o divórcio escandaloso, mas Fergie não tem dúvidas: "Ele sempre será o meu lindo príncipe".

    Índice

    Índice

Chegaram a ser um “it couple” dos anos 80 depois de um namoro emocionante e de um noivado rápido. Casaram mediante a atenção de milhões e deram o primeiro beijo enquanto marido e mulher na varanda do Palácio de Buckingham perante outros milhares que se alinharam nas ruas de Londres para ver o então casal real. O divórcio mediático veio de mãos dadas com escândalos que abalaram a estrutura da família real britânica. Mas, 25 anos após a separação oficial, Sarah Ferguson e o príncipe André parecem continuar mais unidos do que nunca, até a julgar pelas palavras recentes da duquesa: “Somos o casal divorciado mais feliz do mundo”.

Quando André conheceu Fergie (e um cupido chamado Diana)

O príncipe André e Sarah Ferguson — que ficaria conhecida como “Fergie” — conheceram-se ainda em crianças, quando se encontravam ocasionalmente em partidas de polo, desporto de eleição entre os membros da família real. Mas antes do namoro, ambos tiveram uma vida amorosa colorida, com o segundo filho da rainha Isabel II a fazer manchetes a propósito do relacionamento com a norte-americana Kathleen Norris “Koo” Stark — no passado atriz, agora fotógrafa, os dois conheceram-se num encontro às cegas em fevereiro de 1981 e Koo chegou a ser apresentada à família em Balmoral. Também Sarah vivera com o então namorado Paddy McNally, além de ter uma carreira: trabalhou numa galeria de arte enquanto relações públicas e também numa editora de livros, recorda a Town&Country.

A história do reencontro em adultos só foi possível com um alegado empurrão de Diana, princesa de Gales que faleceu na sequência de um acidente de automóvel em Paris, França, no verão de 1997 — em 2021 faria 60 anos se fosse viva. Filha do Major Ronald Ferguson, treinador de polo do príncipe Carlos, Sarah e Diana eram amigas de infância que voltaram ao contacto em 1980 — os interesses semelhantes e os mesmos círculos sociais aproximaram-as ainda mais e assim recomeçou uma amizade bastante atribulada.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sarah Ferguson e Diana eram amigas de infância que voltaram a dar-se já na década de 1980

Georges De Keerle/Getty Images

Até hoje, Fergie diz sentir falta de Diana, muito embora esta tenha morrido numa altura em que não se falavam. Em 2007, contava à Harper’s Bazaar que ninguém a fazia rir como a amiga. Porque eram quase como irmãs — na verdade, eram primas em quarto grau e as mães, que iam à escola juntas, também eram as melhores amigas — os arrufos aconteciam. “E o mais triste, no final de contas, é que não nos falávamos há um ano, embora eu nunca soubesse o motivo, exceto que uma vez Diana meteu uma coisa na cabeça… Eu tentei, escrevi cartas. (…) E sabia que ela voltaria. Na verdade, um dia antes de morrer, ela ligou para um amigo meu e disse: ‘Onde está aquela ruiva? Quero falar com ela’.”Ainda assim, terá sido a “princesa do povo” a fazer as vezes de cupido.

De acordo com a Vanity Fair, foi Diana quem recomendou que a amiga, então com 26 anos, fosse convidada para um evento no Castelo de Winsdor, em 1985, durante o evento Royal Ascot. Foi aí que os caminhos de Sarah e André voltaram a cruzar-se. Diana terá encorajado a união ao convidar o casal para a sua casa de campo, Highgrove House, antes de a relação se tornar pública e reclamar a atenção dos media.

Também Sarah, à semelhança de Diana, suscitou a atenção dos media aquando do noivado

David Levenson /Getty Images

O noivado rápido e a lua de mel nos Açores

O romance foi emocionante e depressa Sarah Ferguson foi bem recebida no seio da família real britânica, com a jovem mulher a aproximar-se da monarca ao partilhar a mesma devoção régia pelos cavalos — a carreira do pai de Sarah permitiu-lhe passar muito tempo junto dos animais. A relação com o já falecido príncipe Filipe também começou com o pé direito dado o sentido de humor de ambos e o interesse pela condução de carruagens — mas Sarah deixaria de ser acarinhada pelo ex-sogro nos anos seguintes devido ao escândalo por ela protagonizado em 1992.

Com menos de um ano de namoro oficial, André fez a derradeira pergunta no Castelo Floors, na Escócia, onde alegadamente os futuros duques de York terão dado o primeiro beijo, a 19 de fevereiro de 1986, no dia em que o ainda jovem príncipe completou 26 anos — foi uma dupla celebração; fez anos e estava prestes a ser um homem casado. Exatamente um mês depois, o noivado era anunciado publicamente através de uma sessão fotográfica no Palácio de Buckingham. Segundo o The Sun, foi o próprio príncipe quem desenhou o anel de noivado composto por dez diamantes e um rubi birmanês a condizer com o cabelo ruivo da sua prometida.

A 23 de julho de 1986, o Reino Unido (e não só) assistiu ao casamento de ambos através da televisão (o de Carlos e Diana foi o primeiro a ser transmitido no pequeno ecrã). A cerimónia ocupou a Abadia de Westminster, em Londres, com a noiva a subir ao altar com um vestido de seda exuberante, a vincar as inspirações dos anos 80, criação da designer Lindka Cierach. Se a cauda tinha cinco metros, com as letras “A” e “S” costuradas no tecido, o véu tinha outros seis metros.

Sarah e André casaram em 1986

Mirrorpix/Getty Images

No dia do casamento, Isabel II atribuiu a André e à mulher os títulos de duque e duquesa de York, o irmão Eduardo foi o padrinho e os filhos da princesa Ana, Peter e Zara Phillips, foram o pajem e a dama de honor. Entre os convidados estiveram nomes como Nancy Reagan e Margaret Thatcher. A cerimónia que foi emitida no pequeno ecrã chamou à televisão uma audiência de centenas de milhões. No final da década de 1980, garante a CNN, os dois formavam um “it couple”.

A lua de mel foi passada nos Açores: o casal aterrou na Base Aérea das Lajes, na Terceira, depois do luxuoso casamento em Londres, tal como reportou à época a Associated Press. Sem grandes demoras, Sarah e André embarcaram no iate real Britannia no porto na Praia da Vitória para um cruzeiro de cinco dias para conhecer o arquipélago português, mas não sem antes serem avistados por centenas de residentes que se alinharam na pequena baía e na estrada para ver o casal real passar.

Os anos seguintes foram marcados pelo nascimento das duas filhas: Eugenie e Beatrice, em 1990 e em 1988, respetivamente. Mas se o namoro e o noivado foram rápidos, o mesmo se pode dizer da época feliz e sem turbulência da união uma vez que o casal estava muitas vezes separado devido à carreira naval do príncipe: André e Sarah viam-se uma média de 40 dias por ano nos primeiros cinco anos de casamento. Já antes Sarah admitiu ter passado grande parte da primeira gravidez sozinha. “Quando a Beatrice nasceu, o André teve 10 dias de licença e quando ele se foi embora eu chorei e todos disseram: ‘Cresça e controle-se’”, disse em entrevista à Harper’s Bazaar.

“Eu casei com o rapaz de quem gostava, que por acaso era um príncipe e marinheiro, porque o amava — a minha única condição era ‘Tenho de estar contigo’. E duas semanas após o casamento, disseram ao André, que pensava que estaria estacionado em Londres, ‘Tem de ir para o mar ’.”

O casal com a recém-nascida Beatrice nos braços

Tim Graham Photo Library via Get

As fotos comprometedoras e um divórcio bem real

O tempo que passavam separados e os rumores de infidelidade por parte de Sarah levaram a que o casal se separasse em março de 1992. O ano que ficaria marcado como o annus horribilis da rainha Isabel II haveria de ficar ainda pior quando em agosto fotos explosivas de Sarah com outro homem fizeram capas de jornais. As imagens mostravam momentos íntimos da duquesa de York, de biquíni e também em topless, na companhia de um empresário norte-americano e seu conselheiro fiscal, John Bryan — numa delas, o homem está a beijar-lhe o pé (o jornal The Sun escreveu, à data: “Fergie toe-job”).

Consta que quando as fotografias foram publicadas na imprensa, a duquesa estava no Castelo de Balmoral, na Escócia, com o resto da família. Sobre isso, a biógrafa real Penny Junor chegou a escrever: “A família desceu para tomar o pequeno-almoço e ali estava Fergie nesta cena chocante, foi o fim”. De acordo com o The Telegraph, a rainha terá ficado furiosa quando soube das fotografias e, nesse mesmo dia, Sarah regressou a Londres. À data, também o The Wall Street Journal assinalou como, apesar de separados, os duques ainda não tinham feito qualquer anúncio de divórcio e antes do escândalo das fotos circulavam rumores de uma possível reconciliação.

O divórcio ficou finalizado em 1996

Tim Graham Photo Library via Get

O escândalo ditou, de certa forma, o afastamento de Fergie da família real, tanto que a presença dela no casamento da filha Eugenie, em outubro de 2018, foi considerada uma espécie de rentrée — meses antes fora convidada para o enlace de Harry e Meghan, mas em 2011, aquando do casamento de William e Kate, a duquesa não pôs os pés na igreja. “Senti falta de não estar no casamento. Senti falta de não fazer parte daquilo tudo”, admitiria mais tarde. Não deixa de ser, no entanto, surpreendente a decisão que tomou quando o divórcio com André foi finalizado, em 1996. Perante a pergunta da rainha — “Do que precisa, Sarah?” —, respondeu: “A sua amizade”. Para Fergie, mais do que um bom acordo monetário, era importante ainda conseguir dizer “Sua majestade é minha amiga”.

Mas as gaffes da duquesa não se ficaram por aqui. Em 2010, Fergie protagonizou outro escândalo com dimensões que ultrapassaram as fronteiras do Reino Unido. Em vídeo, foi vista a aceitar dinheiro (cerca de 40 mil dólares em dinheiro vivo e mais 50 mil libras por transferência bancária) de um jornalista que se fez passar por um investidor em troca de acesso ao ex-marido, com quem ainda vive no palácio Royal Lodge, em Windsor. Mais tarde, haveria de confessar — durante uma entrevista a Oprah Winfrey — que tinha bebido na altura em que fez o muito criticado acordo.

As polémicas do príncipe e a defesa da ex-mulher

A amizade de André com Jeffrey Epstein, o norte-americano milionário que morreu na prisão, onde se encontrava detido por suspeitas de tráfico sexual e abuso de menores, saiu cara. Muito cara. Numa desastrosa entrevista — que o The Guardian chegou a considerar ser “surpreendentemente estúpida” —, o príncipe negou ter abusado sexualmente de uma jovem de 17 anos, em 2001, e afirmou que não ter qualquer recordação de alguma vez ter conhecido Virginia Giuffre, a mulher que o acusa — em tempos uma das jovens alegadamente prostituídas por Epstein. Em novembro de 2019 era notícia que André abandonava as funções públicas.

Mesmo perante um escândalo de grandes proporções, Fergie nunca deixou de apoiar o ex-marido. Numa entrevista recente à publicação People, a duquesa voltou a sair em defesa do príncipe e garantiu que ficaria ao lado dele independentemente dos desafios que o ex enfrentasse. “Acredito que ele é um homem bom e gentil, e ele tem sido um pai fabuloso para as meninas”, disse. Antes, em 2019, aquando da morte de Epstein, deixou um comunicado na respetiva conta de Instagram: “O André é um verdadeiro cavalheiro e é estoicamente fiel não apenas ao seu dever, mas também à sua bondade. (…) Estou profundamente solidária e orgulhosa deste gigante de um homem de princípios. (…) Estou com ele em cada passo do caminho e essa é a minha honra”.

Uma fotografia recente da família completa: Sarah e André e as filhas Eugenie e Beatrice

Max Mumby/Indigo/Getty Images

Os dois continuam a viver juntos no Royal Lodge, a casa em Windsor que alegadamente partilham desde 2008; em maio, escreve a Vanity Fair, optaram por passar o isolamento juntos também na companhia de Eugenie e do marido Jack Brooksbank. Como se não bastasse partilharem o mesmo teto tantos anos após o divórcio, Sarah e André foram vistos a fazer voluntariado juntos para uma instituição de caridade em abril do mesmo ano. E em julho, ainda em 2020, foram os anfitriões da receção do casamento de Beatrice com Edoardo Mapelli Mozzi.

As palavras públicas de Fergie para com o marido têm assumido sempre o mesmo registo ao longo dos anos. Já antes, em 2013, diria o seguinte à Hello!: “Ele ainda é o meu lindo príncipe, ele sempre será o meu lindo príncipe”. A frase serviu de resposta a uma pergunta sobre uma possível reconciliação.

De facto, os rumores de um reencontro amoroso entre ambos não são de agora, muito embora uma entrevista recente tenha deixado — ainda mais — a dúvida a pairar no ar. “Tudo o que posso dizer é que nos sentimos muito bem da forma como estamos agora. Dizemos sempre que somos o casal divorciado mais feliz do mundo”, afirmou a duquesa ao The Telegraph. “Somos um pai e uma mãe que nos apoiamos mutuamente e acreditamos que a família é tudo. Estou orgulhosa do que fizemos juntos para criar as nossas filhas e mantermo-nos unidos. As nossas palavras-chave são comunicação, compromisso e compaixão.”

A acrescentar às declarações da duquesa — e depois de anos de uma relação mais fria com a família real britânica — o Daily Mail noticia que Isabel II tomou uma iniciativa rara, ao convidar a ex-nora para passar as férias de verão em Balmoral, na Escócia, onde Fergie poderá ficar um período de tempo na companhia do ex-marido. É um caso de redenção real… e ninguém diria que Sarah e André já passaram mais tempo separados do que oficialmente juntos.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos