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A porta-voz do PAN (Partido Pessoas-Animais-Natureza), Inês de Sousa Real, participa numa ação de campanha eleitoral para as eleições legislativas da Madeira, na Quinta Pedagógica dos Prazeres, na Calheta, Madeira, 11 de setembro de 2023. As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único. PAULO NOVAIS/LUSA
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PAULO NOVAIS/LUSA

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Inês Sousa Real: "Os partidos ambientalistas na Europa têm-se coligado também à direita"

Sousa Real diz que a única linha vermelha que tem é o Chega e não exclui acordo com o PSD nacional, que dependerá do programa de Montenegro. Contra-ataca críticos internos, incluindo André Silva.

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Inês Sousa Real confessa que é mais fácil PAN e PSD entenderem-se na Madeira, até porque na região “não há corridas de toiros”, mas não exclui esse acordo a nível nacional. Depende, porém, daquilo que for o programa do PSD (e, se possível, não ser em coligação com o CDS). Em entrevista ao programa Vichyssoise, da Rádio Observador, diz que “vive bem” com as críticas do seu antecessor, André Silva.

A líder do PAN defende ainda a deputada regional Mónica Freitas por ter sido criticada pelas considerações que fez no podcast ‘Masturbador Virtual’, sugerindo que a esquerda não foi solidária: “Quando são outras personalidades a ser atingidas com este tipo de comentários, há logo movimentos para pintar os lábios de vermelho e sai toda a gente a público. ”

[Ouça aqui o episódio desta semana do programa Vichyssoise da Rádio Observador:]

PSD-PAN: um amor e uma cadela

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“No caso da Madeira dá-se a felicidade de não existirem corridas de toiros”

Assinou um acordo na Madeira com a coligação PSD/CDS, acho que o acordo é só com o PSD, mas já vamos esclarecer. Estes dois partidos votaram contra a abolição de corridas de touros, são a favor da caça, na generalidade contra a eutanásia (embora alguns deputados do PSD votaram a favor). Como é que se sente ao assinar um acordo com dois partidos que são ideologicamente tão distantes do PAN?
O acordo foi assinado entre o PAN-Madeira e não o PAN nacional, portanto não fui eu que o assinei enquanto porta-voz nacional do PAN porque no último congresso foi dada autonomia às estruturas regionais. Foi assinado com o PSD/Madeira e não com o CDS e, no caso da Madeira dá-se a felicidade de não existirem corridas de touros, e não se coloca essa questão. Desde 2011, o primeiro ano em que o PAN elegeu, acabámos com os circos com animais. Os valores e princípios que ficaram vertidos no acordo, em que existe uma convergência com as preocupações do PAN em matéria ambiental, nomeadamente com uma questão muito importante como a proteção da floresta Laurissilva e travar o projeto da Estrada das Ginjas ou no teleférico do Curral das Freiras proceder à reavaliação do impacto ambiental e reestruturação dos projetos de modo a não comprometer…

Com sinceridade, acha que isso vai acontecer, que a Estrada das Ginjas não vai para a frente já estando contratualizada e também no Curral das Freiras o teleférico?
Partimos para o acordo no princípio de boa fé. Isto é como no casamento, quando partimos para o casamento ninguém acha que vai haver um divórcio. Vamos para este acordo de incidência parlamentar, e não uma coligação governativa, com uma série de princípios e de valores que não se esgotam nesta questão ambiental, mas também na proteção animal, em que houve o compromisso de proceder a essa reavaliação para ver de que forma era possível alterar estes projetos e garantir a preservação destes valores naturais. Um dos desafios que o PAN lançou a Miguel Albuquerque é, olhando para o património natural da Madeira, e tendo em conta a necessidade que existe de fixar os jovens no território, e na possibilidade de tornar a Madeira num cluster ambiental, como é que podíamos aliar este património ambiental e captar talento, nomeadamente também criando um pólo universitário mais virado para a proteção da natureza, para o oceano, para a inovação… são valores vertidos neste acordo.

"Partimos para o acordo no princípio de boa fé [no acordo com o PSD]. Isto é como no casamento, quando partimos para o casamento ninguém acha que vai haver um divórcio."

Mas tem uma avaliação para trás. Miguel Albuquerque tem defendido a biodiversidade, a transição climática, um futuro sustentável? Tem visto no Governo Regional da Madeira essa preocupação?
O facto de estarmos a ter um acordo de incidência parlamentar não é um passar em branco do que tem sido a governação até agora.

Tem sido negativa?
Tem tido aspetos negativos, sim, que o PAN tem criticado, nomeadamente estas opções em relação ao Curral das Freiras, mas também do ponto de vista da governação porque não é saudável em democracia termos 47 anos de uma única força política e ainda por cima em maioria absoluta, que normalmente se traduz em poder absoluto. Isto não é saudável em democracia, mas na noite eleitoral quebrámos a barreira do totalitarismo. É um dia histórico, não só para a Madeira mas a nível nacional porque em Portugal tem havido um grande conservadorismo no que diz respeito às formações parlamentares. Nos países do Norte da Europa já é mais habitual existirem este tipo de acordos parlamentares com forças políticas de diferentes espetros políticos, nomeadamente do centro-direita e do centro-esquerda e com partidos ambientalistas como o PAN. Os partidos da família dos verdes europeus estão habituados a fazer este tipo de acordos de incidência para poderem fazer avançar as suas causas e em Portugal ainda existe um grande conservadorismo relativamente a este tipo de acordos. Tendo em conta a responsabilidade a que fomos chamados a conseguir eleger Mónica Freitas, a única mulher cabeça de lista na Madeira, o que também demonstra o caminho da igualdade que temos a fazer não só na Madeira, mas também no país.

Há pouco falava do casamento com o PSD-Madeira, confia na palavra de Miguel Albuquerque? Numa entrevista esta semana justificava o acordo até com algumas ironias, até falando da cadela, não parece uma maneira de apoucar este acordo?
O feedback que temos da estrutura nacional e o que existe é uma oportunidade histórica de podermos trazer aqui, até do ponto de vista da renovação geracional, a frescura desta candidatura- Mónica Freitas é feminista, é uma ativista pelos direitos das mulheres, fundou a associação Womaniza-te, tem um legado na área dos direitos humanos que acreditamos que vai fazer a diferença no Parlamento. A abertura que houve para acolher estes princípios e valores do PAN, que não se traduzem apenas naquelas medidas, mas em que existe um compromisso para que, de orçamento em orçamento, várias iniciativas legislativas possa existir convergência e análise prévia para que o PAN tenha uma palavra a dizer é fundamental para que possamos fazer a diferença. Sendo certo que, como em qualquer união de facto ou casamento, se houver um incumprimento de qualquer uma das partes, evidentemente que não hesitaremos…

Não entra de pé atrás no acordo?
Seria mau sinal se qualquer uma das partes entrasse de pé atrás. Neste momento temos de começar a tentar mudar o paradigma político do nosso país, não podemos achar que a política é sempre um jogo sem solução à vista ou que as únicas soluções que o país tem são ou governos absolutistas ou governos que se aliam à extrema-direita. O PAN não só funcionou como um tampão à extrema-direita que estava ansiosa de lançar as mãos ao pote e chegar ao poder, como demonstrámos que é possível fazer outro tipo de exercícios políticos com mais pluralidade e dentro do espetro democrático e demonstrámos que o PAN é mais do que um partido animalista e ambientalista e se calhar também nos traz um desafio em relação à geometria parlamentar que hoje em dia se está a formar não só em Portugal, mas em toda a Europa, nomeadamente com os partidos ambientalistas, que estão mais posicionados ao centro-esquerda e que é um debate que deve ser feito.

"O PAN não só funcionou como um tampão à extrema-direita que estava ansiosa de lançar as mãos ao pote e chegar ao poder, como demonstrámos que é possível fazer outro tipo de exercícios políticos com mais pluralidade e dentro do espetro democrático"

Daqui retirou alguma conclusão sobre o posicionamento do PAN?
Os partidos ambientalistas e de centro-esquerda na Europa têm-se coligado com diferentes forças políticas, incluindo à direita. A nossa linha vermelha é e sempre será com o Chega. Esta direção gostaria que o PAN fizesse este debate do ponto de vista da sua ideologia porque é um partido de causas e valores, como é o caso da crise climática ou da proteção animal, mas também dos direitos humanos que temos visto retroceder em tantos países, nomeadamente contra a comunidade LGBT ou até mesmo os direitos das mulheres.

Acordo com Montenegro? “Depende do programa do PSD”

Em entrevista ao Público não excluiu a hipótese de vir a dar a mão ao PSD de Montenegro a nível nacional. Para o PAN é indiferente o partido com quem conversa? 
O nosso compromisso é com os portugueses e com as nossas causas e valores. Estamos a dois anos de concluir esta legislatura, a este tempo o nosso foco a nível nacional é o nosso trabalho…

Mas não exclui. A única linha vermelha é o Chega, portanto com o PSD é possível.
Depende do programa e da abertura, ou não, do PSD. Não estamos a falar da mesma realidade, mas de um PSD que normalmente a nível nacional se coliga com o CDS — que defende efetivamente as touradas e tem feito delas uma bandeira — e há aqui divergências ideológicas que muitas vezes nos demarcam destes partidos. Estamos a falar de realidades completamente distintas. Todos os partidos evoluem e vão mudando. O PAN, quando surgiu, propôs-se a mudar mentalidades e o paradigma, e queremos que os outros partidos também se aproximem da nossa ideologia.

Mas não lhe faz confusão estar ao lado de um partido como o CDS, ainda que na Madeira?
Tendo em conta que os princípios e valores que o PAN fez questão de que estivessem vertidos no acordo não são postos em causa pelo CDS…

Acordo com PSD a nível nacional? "Depende do programa e da abertura, ou não, do PSD. (...) Todos os partidos evoluem e vão mudando. O PAN, quando surgiu, propôs-se a mudar mentalidades e o paradigma, e queremos que os outros partidos também se aproximem da nossa ideologia"

O que interessa é o que está no acordo e não a ideologia dos partidos.
O que interessa é o que vai ser posto em prática na governação. Desde que não fira os nossos princípios e valores… No dia em que isso acontecer, o PAN retirará as suas consequências políticas.

Então isso abre a porta a todos os partidos nacionais.
A avaliação terá sempre de ser feita momento a momento.

A oposição interna (o movimento Mais PAN) acusa-a de ter feito um acordo “cozinhado à porta fechada” por não ter convocado previamente a direção nacional. É a primeira vez que o PAN é o garante de um Governo, faz sentido tomar uma decisão desta dimensão sem serem ouvidos os órgãos do partido?
Há aqui um grande equívoco e a oposição está a utilizar esta circunstância de forma absolutamente infeliz. Para já, muito me espanta que não haja uma palavra de satisfação, de regozijo, por o PAN voltar a ter uma presença na Madeira…

O comunicado dizia que tinha sido um bom resultado eleitoral.
Mas nós sabemos o que tem sido dito internamente, nas redes sociais, e o que têm sido as críticas, mais do que os elogios. Em congresso, aprovámos a autonomia das estruturas regionais. Coube ao PAN Madeira fazer esta negociação e todo o diálogo com Miguel Albuquerque.

Mas o facto de a ratificação a nível nacional ter sido feita a posteriori não dá razão a estas críticas?
Não, porque gozam de autonomia. Haveria sempre críticas e acho que a páginas tantas entramos num “é preso por ter cão e preso por não ter”, perdoem-me o humor negro animalista…

Críticas de André Silva? "Vivo bem com isso"

André Silva não gostaria disso: ele queria que os provérbios deixassem de ter referências a animais.
Pois, lamento, não se consegue agradar a toda a gente.

E não conseguiu agradar a André Silva também com este acordo…
Vivo bem com isso. O mais importante foi darmos resposta aos anseios e preocupações dos madeirenses. Se fazemos acordo é porque fazemos acordo, se tivéssemos fechado a porta é porque fechávamos…

Mas ficou satisfeita com o caderno de encargos, que é uma das críticas de André Silva?
Não só com o caderno de encargos como com a possibilidade de mais avanços, porque o acordo prevê a possibilidade de irmos mais longe nas matérias do processo legislativo. A taxa ambiental e turística, à semelhança do que temos a nível nacional…

Mas é uma promessa que quem define são as autarquias?
Estamos a falar de aplicar a nível regional. Já existe uma em Santa Cruz e estamos a falar da implementação a nível regional e não municipal. E estamos a falar de mitigar uma pegada ambiental e de fazer reverter para medidas tão importantes como o passe saúde.

Podemos ler o acordo? Ninguém o conhece bem. Nas medidas da estrada das Ginjas, o teleférico, não estão nas principais exigências. Quando é que se pode ler?
Essa pergunta tem de ser feita ao PAN Madeira e ao PSD Madeira. Não podemos num dia pedir autonomia e no dia seguinte pedir à direção nacional ingerências nas decisões dos órgãos.

Mas concorda que o acordo seja público?
Não me recordo de se ter andado a divulgar acordos entre os partidos, nem quando há Orçamento, nos Açores… Não me lembro de a oposição ter criticado o acordo do PAN Açores com o PSD, e incluindo com o Chega. Vamos ter alguma calma e ponderação. São muito oportunos os timings da oposição.

Mas é a favor de que o acordo possa ser público?
ADevem ter a sua transparência e evidentemente ser dados a conhecer ao público. A informação que já veio a público por parte do PAN e de Miguel Albuquerque é a que está vertida no acordo, seja a nível de medidas bandeira ou do Orçamento regional. O argumento que a oposição usou foi infeliz porque já estava previsto que o acordo só entraria em vigor após a ratificação da direção nacional.

"Muito me espanta que não haja uma palavra [da oposição interna] de satisfação, de regozijo, por o PAN voltar a ter uma presença na Madeira"

Dizia que era preso por ter cão e por não ter, que não ouviu uma palavra de alegria pelo resultado da parte da oposição… Os críticos e André Silva estão mais interessados em deitar abaixo esta direção? Não há críticas construtivas no PAN?
Não acho que haja críticas construtivas. É um momento de grande felicidade e tenho imenso orgulho no resultado.

Mas então qual é a intenção dos críticos? São militantes do PAN e não ficam contentes com bons resultados do PAN?
Só eles podem responder a isso. Tendo em conta que tivemos situações de apelo ao não voto no PAN, há claramente um prejuízo para o partido, nomeadamente pelo ex-candidato e atual porta-voz [Joaquim Sousa], e é do conhecimento público que está alinhado com a oposição.

Como é que fazemos perguntas ao PAN Madeira se o líder foi afastado? Quem é que manda no PAN Madeira?
A comissão política regional tem autonomia. Tendo em conta todo o processo que aconteceu e que a partir de dado momento Joaquim Sousa veio publicamente apelar ao não voto no PAN, não faria qualquer sentido que a deputada eleita, Mónica Freitas, e a direção nacional se fizessem acompanhar por Joaquim Sousa. É evidente que haverá consequências disciplinares. É manifestamente contrário aos estatutos do PAN e de qualquer outro partido. É um dano causado ao partido que não faz sentido, por muito aborrecido que possa ter ficado no sentido de ser trocado como cabeça de lista. Essas questões resolvem-se internamente, não em praça pública. Recordo que tem vasto leque e experiência: já andou pelo Aliança, apoiante das touradas, pelo PSD… É uma herança, que esta direção herdou, mas não nos arrependemos em nenhum momento de termos feito esta troca e aprovado por larga maioria na direção — com abstenção de alguns membros da oposição — que a cabeça de lista fosse Mónica Freitas.

Temos de avançar, Inês Sousa Real.
Mas quero deixar isto claro porque é lamentável nós termos a oportunidade de estar hoje a falar de fazer um bom mandato nos próximos quatro anos e termos uma voz disruptiva e uma mulher com 27 anos que pode fazer a diferença na Madeira e estarmos a falar da oposição.

A oposição não a deixa trabalhar?
Não deixa. E nós as mulheres gostamos de trabalhar.

“Nunca falei com Luís Montenegro”

Falou com Luís Montenegro nestes dias?
Nunca falei com Luís Montenegro e, portanto, nunca tivemos qualquer tipo de contacto, seja pela Madeira ou qualquer outra questão.

Mas o PS já está a criticá-la e, inclusive, ontem teve um despique em plenário com uma deputada do PS. Há uma rutura com o PS?
Não há qualquer rutura com o PS. Ontem houve um comentário infeliz por parte de uma deputada do PS que foi completamente despropositado em plenário. E que é inaceitável tendo em conta aquilo que tem sido uma relação, pelo menos da parte do PAN, de oposição construtiva. É o não saber separar de águas. Temos todo o direito de fazer os acordos e as incidências parlamentares que entendermos na região autónoma da Madeira. O PAN não é um pin na lapela de nenhuma força política. Temos a nossa autonomia, as nossas decisões políticas a tomar e tomamos sempre com o compromisso que fazemos com o nosso eleitorado, com os portugueses. E, neste caso, em concreto com os interesses dos madeirenses e portosantenses. E, portanto, lamento profundamente o comentário da deputada Márcia Freitas porque, efetivamente, perdeu uma boa oportunidade para estar calada.

"Lamento profundamente o comentário da deputada do PS Márcia Freitas porque, efetivamente, perdeu uma boa oportunidade para estar calada."

Há outra questão que tem sido polémica, em que a deputada do PAN, Mónica Freitas, tem uma linguagem mais despudorada num podcast que se chama ‘Masturbador Virtual’. Reve-se nessa linguagem?
Esse podcast, o Masturbador Virtual, tem em vista a educação sexual, é inclusivamente  apoiado pelo governo regional e visa, precisamente, sem tabus podermos falar de sexo e poder-se falar daquilo que tantas vezes há tanto preconceito em falar. Aliás, no caso de Mónica Freitas gostaria de expressar a minha solidariedade com aquilo que se passou nos últimos dias. Quando são outras personalidades a ser atingidas com este tipo de comentários, há logo movimentos para pintar os lábios de vermelho e sai toda a gente a público. E agora houve memes, comentários insultuosos e de cariz sexual a ofender a nossa deputada Mónica Freitas que foram absolutamente lamentáveis. E, de facto, a Mónica, enquanto ativista pelos direitos das mulheres, além desta associação que fundou, que é o Womaniza-te para ajudar mulheres no âmbito do contexto da violência doméstica ou da vulnerabilidade social, tem também esse podcast onde sem tabus.

"Gostaria de expressar a minha solidariedade a Mónica Freitas com aquilo que se passou nos últimos dias. Quando são outras personalidades a ser atingidas com este tipo de comentários, há logo movimentos para pintar os lábios de vermelho e sai toda a gente a público"

Mas creio que também é contra de qualquer tipo de discriminação pela linguagem e dizer que o país é comandado por “velhos”, não é a linguagem mais inclusiva.
Não vi todos os episódios. Há segundos que possam estar descontextualizados e, portanto, não vou comentar episódios que não vi. Vi alguns e já me ri com eles. Aliás, aconselho-os a ver se quiserem ficar bem dispostos e, sem tabus, falar de sexo. Porque muitas vezes falamos no Parlamento das casas de banho mistas e o debate descamba sempre para esse tema, mas é importante que se comece a falar de educação sexual inclusivamente nas escolas de outra forma. E, portanto, não vejo qualquer tipo de problema que uma deputada tenha tido não só esse podcast como é natural que uma mulher possa falar sem tabu de sexo. Se os homens podem porque é que as mulheres não podem?

Esta semana, um grupo de jovens atacou o ministro do Ambiente com tinta verde. É legítimo este tipo de ataque?
Compreendo, por um lado, que há uma ecoansiedade e que os jovens neste momento sentem que há uma pesada fatura climática que vão herdar. Mas não acho a luta pelo direito a uma justiça intergeracional pelo direito a um clima estável, a não estarmos a financiar os combustíveis fósseis, a não estarmos a dar mais dinheiro com o Hydrogen Valley para as Galps, para a EDP. Só no Hydrogen Valley para Sines são 32 mil milhões de euros. Ou até mesmo com as centrais fotovoltaicas a destruir os sobreiros e a natureza. Portanto, o PAN diverge claramente da política do Governo naquilo que é a destruição e a conservação da natureza, mas entendemos que não é a forma mais adequada de demonstrar o descontentamento face a este governo aquilo que são ataques pessoais. Não foi um ataque feliz. Há, sim, outras formas de manifestação. Antes da pandemia tínhamos milhares de jovens a sair às ruas com as greves climáticas. Isso sim tem um grande poder e uma grande força. Recordo também que as próprias greves nas escolas são pacíficas, de não violência, que não prejudicam ninguém e não descredibilizam o movimento.

Ataque com tinta verde a Duarte Cordeiro. "Não é a forma mais adequada de demonstrar o descontentamento face a este Governo"

“Acredito que André Ventura não fizesse mal ao Mikas”

Vamos avançar para a fase do Carne ou Peixe que, por simpatia, vamos mudar para tofu ou seitan. Quem levava a fazer uma viagem numa reserva natural em África: Nelson Silva ou Joaquim Sousa?
Deixava-os ir sozinhos os dois.

Tem a possibilidade de aumentar a bancada parlamentar do PAN e só tem duas opções: Cristina Rodrigues ou André Silva?
André Silva. Apesar de tudo. Apesar de discordarmos em muita coisa, tem outro tipo de valores que Cristina Rodrigues claramente, ao passar para o Chega, demonstrou não ter.

Quem levava a jantar num restaurante vegetariano: António Costa ou Luís Montenegro?
António Costa.

Vai de férias e deixa o gato Mikas em Lisboa. Prefere que fique a cargo de André Ventura ou Rui Rocha?
Essa é difícil. Não sei se Rui Rocha tem animais de companhia, mas eu não deixo o meu gato com ninguém. Normalmente, fica com o meu irmão. Portanto, eu à cautela não deixo com nenhum dos dois. Sendo que também sei que André Ventura já teve uma coelha, a Acácia, que já faleceu e, portanto, também acredito que não fizesse mal ao Mikas. Mas eu não deixo mesmo o meu gato com ninguém.

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