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A Estrada Nacional 2 foi o trajeto escolhido por António Costa para assinalar a rentrée e o início da pré-campanha eleitoral. Mas há mais na EN2 além da política. Por isso, o Observador fez um roteiro completo com várias paragens ao longo desta estrada.
Chaves
É difícil falar desta zona do país sem destacar imediatamente os pastéis com o mesmo nome desta localidade. Em Chaves, António Costa esteve no Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, polo museológico que faz homenagem ao histórico artista e arquiteto que trabalhou com Le Corbusier e Oscar Niemeyer. Neste momento está em exibição uma coletânea de Helena Almeida cedida por Serralves.
Vila Pouca de Aguiar
Sabia que em tempos Portugal foi um dos principais exportadores de ouro do império Romano? É verdade. Na zona de Vila Pouca de Aguiar, na freguesia de Tresminas, existe um dos maiores complexos mineiros dessa altura e tudo isso pode ser visitável na companhia de guias especializados. Trata-se de um conjunto de vários túneis e galerias que entretanto ganharam um centro de interpretação que complementa a oferta “educativa” deste espaço.
Vila Real
Não existem muitos restaurantes que se possam gabar de ter mais de 70 anos de história — daí a célebre Casa de Pasto Chaxoila ser paragem obrigatória para quem passe pela zona de Vila Real. Este bastião da comida transmontana, alegado berço do típico prato de “tripas aos molhos”, é das casas mais concorridas da região e isso explica-se ao provar pratos como as tais tripas, claro, mas também outros como a mão de vitela com grão, a bola de carne, o arroz de cabidela, a fralda de vitela maronesa assada no forno ou o joelho de porca assado, que só se serve aos fins-de-semana.
Santa Marta de Penaguião
Aqui existe o Miradouro da Senhora dos Remédios, na freguesia de Medrões, que por estar a 620 metros de altitude e totalmente rodeada de natureza pode ser o sítio ideal para António Costa e sua entourage pararem um pouco e aproveitarem a vista.
Régua
Um dos ex-libris da zona da Régua, no norte do país, são os famosos “Rebuçados da Régua”, uma mistura de açúcar, limão, mel e manteiga que é vendida à porta da estação de comboios, por exemplo, por pessoas que muito provavelmente não fizeram outra coisa na vida que não isto.
Penacova
Em terra de chanfana não há como fugir ao óbvio, daí ficar a sugestão de provar a que é feita no Restaurante Vimieiro, espaço que mora a poucos metros da Praia Fluvial do Vimieiro e que está nas mãos de Nuno Frias há 16 anos (a partir de setembro irá deixar o negócio). Na ementa, claro, encontrará a célebre chanfana — para quem não souber, é um guisado feito no forno com carne de cabra –, que aqui é especialidade, bem como o cabrito assado com arroz de miúdos, presença assídua todos os fins de semana.
Mortágua
António Costa não precisa de se enervar porque esta “Mortágua” não tem nada a ver com as irmãs do BE, trata-se da localidade que fica a pouco menos de 15 minutos de Santa Comba Dão, no interior do país. Sugere-se então um percurso pelas lagoas e cascatas naturais como a de Paredes, que depois segue pela Ribeira de Paredes e dá origem a outras pequenas quedas de água espalhadas pela densa mata de castanheiros, carvalhos e sobreiros.
Viseu
Nos arredores de Viseu pode encontrar-se a Mesa de Lemos, a casa do chef Diogo Rocha que funciona como um autêntico farol de fine dining que tem feito mexer toda a região. António Costa podia aproveitar que esta casa ainda não tem nenhuma estrela Michelin (não deve faltar muito para a agarrar) e é relativamente simples arranjar uma mesa.
Lousã
Conduzir e beber são duas coisas que nunca, em situação alguma, devem ser combinadas. Mesmo assim, uma visita à fábrica de uma das mais famosas bebidas alcoólicas do país pode ser um bom motivo para parar o carro. Fica na Lousã o quartel-general do Licor Beirão e é possível visitar as imediações e a pequena loja e “museu” que a marca construiu. A história da família Redondo é impressionante e isto pode ser um bom ponto de partida para a conhecer melhor.
Sertã
A grande especialidade gastronómica da região são os maranhos, um bucho de borrego ou carneiro recheado com presunto, carne de borrego, chouriço, toucinho, arroz, hortelã, limão e vinho branco. Trata-se de uma espécie de morcela de arroz em esteroides que merece ser conhecida. São vários os restaurantes que servem este prato, mas um dos mais conhecidos é o Ponte Romana. Também pode aventurar-se no Santo Amaro ou n’O Arado, por exemplo, que não se sairá mal.
Abrantes
Nos meses mais quentes do ano temos sempre tendência a pensar em grandes praias, extensos areais e banhos de sol — sempre na praia. Mas e as praias fluviais? Há muitas com alta qualidade. Na zona de Abrantes temos por exemplo a Praia Fluvial Aldeia do Mato , onde é possível dar um passeio de kayak.
Avis
Fazer a Estrada Nacional 2 não implica que se use apenas um carro — também se pode andar de barco. Especialmente na zona de Avis, onde opera a agência Além Tejo que se especializa em passeios marítimos pela Ribeira de Seda, enorme bacia de água doce onde os pores-do-sol são especialmente bonitos. O grande twist no meio disto tudo? Fácil: estes barcos são totalmente movidos a energia solar e não utilizam qualquer tipo de combustível para lá daquele que a Natureza já dá.
Mora
Na senda das atividades que envolvem rio, há mais que se pode fazer para lá dos simples banhos e mergulhos. Em passagem pela zona de Mora é possível visitar o conhecido Fluviário desta localidade. Há dez zonas dedicadas a espécies ou habitats específicos do mundo da água doce e, claro, numa delas moram as já famosas lontras. Existem duas espécies distintas para conhecer, as de garra curta e as europeias.
Montemor-o-Novo
Fazer a mítica EN2 não é tarefa de um dia só, eventualmente será preciso parar e passar a noite em algum lado e é com isso em mente que António Costa pode chegar a Montemor-o-Novo, onde fica o L’And Vineyards, um resort de inspiração vínica que até tem direito a restaurante com estrela Michelin. Um dos grandes atrativos são as suites panorâmicas onde podemos ficar deitados na cama e ter o céu e as estrelas alentejanas como teto.
Alcácer do Sal
Esta localidade alentejana é pródiga na produção e comercialização do pinhão, de tal forma que até existe uma espécie chamada “pinhão de Alcácer do Sal”. Conta-se que este fruto seco foi de tal importância na história da região que, durante muito tempo, era conhecido como o “ouro branco”. Um dos doces típicos da zona são as pinhoadas, losangos de mel, pinhão e açúcar que podem ser encontrados à venda em lojas como a Bagas e Sementes, que fica no Largo do Mercado Municipal, ou no Alkazar Gourmet, no Largo José Godinho Jacob.
São Brás de Alportel
No Museu do Traje de São Brás de Alportel é possível conhecer mais sobre os hábitos e tradições das roupas portuguesas. O museu está num palácio senhorial com mais de 130 anos e 5000 metros quadrados repletos de informações e artigos históricos que vão de vestidos luxuosos a fardas militares.
Loulé
Apesar de todo um vasto e pouco conhecido receituário serrano, pleno em carnes e enchidos, o Algarve continua a ser sinónimo de peixe e marisco fresco e isso, bem se sabe, é terreno fértil para um ótimo sushi. Em Loulé, no restaurante Artigo 3, o japonês de Hiroshima Shogo Harada faz aquele que muito provavelmente será o melhor sushi do sul do país. Apesar de existirem alguns pratos fixos na carta e uma ou outra proposta “cozinhada”, esta especialidade japonesa de peixe cru é feita com peixe fresco, que muda diariamente consoante aquilo que o mercado tem para oferecer.
Faro
As ilhas da Culatra, Farol e Deserta estão a poucos minutos de barco e são verdadeiros paraísos que merecem uma visita. A Deserta (que também é conhecida como Barreta), por exemplo, tem um areal extensíssimo, quase sempre todo disponível, e um apoio de praia onde se pode comer uma bela salada de polvo e beber um branco fresco.