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Ceremony Celebrating The 11 Years Of Alberto Nuñez Feijoo’s Presidency In Galicia
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Mariano Rajoy, Alberto Núñez Feijóo e Pablo Casado. Dois já foram líderes do partido. Estará na imagem o terceiro?

Europa Press via Getty Images

Mariano Rajoy, Alberto Núñez Feijóo e Pablo Casado. Dois já foram líderes do partido. Estará na imagem o terceiro?

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PP. Feijóo, o barão que todos querem que seja rei, pede a Casado que tome a "última decisão". Líder não se demite

Barões querem ver o problema sanado. Demissão de Egea já não basta e querem que Feijóo force um congresso extraordinário, subindo ao poder. Casado não se demite e convoca órgão máximo do partido.

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Estancar a ferida. Os primeiros-socorros são básicos: limpa-se a região infetada, encontra-se o local de ferimento e pressiona-se com um pano limpo até parar o fluxo de sangue. Se Pablo Casado, líder do Partido Popular espanhol (onde se vivem dias conturbados), tivesse ouvido os seus barões, estancar a ferida tinha significado demitir Teodoro García Egea, o seu número dois, visto como o mentor da investigação interna a Isabel Díaz Ayuso. Parte do problema ficaria resolvido, faltando apenas que Casado e Ayuso voltassem a dar as mãos. Não só não o fez, como Pablo Casado recusa demitir-se e acabou uma reunião de longas horas da cúpula do PP a convocar, esta segunda-feira, o órgão máximo do partido entre congressos.

Agora, estancar a ferida tem outro significado e os barões queixam-se da perda de oportunidade deste fim de semana. Se Egea ficou, então Casado terá de sair, mesmo não se demitindo. À imprensa espanhola, sob anonimato, dizem querer um congresso extraordinário e apontam todos na mesma direção: Alberto Núñez Feijóo é o homem com poder para forçá-lo e ocupar o lugar de presidente do partido. É o sucessor natural.

[Ouça aqui o podcast “A História do Dia”]

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Casado, que sabe o que o futuro lhe reserva, tenta ganhar tempo e mudar essas previsões. Além de não abandonar o cargo de presidente do PP, só convoca para daqui a sete dias a Junta Diretiva Nacional, órgão que pode convocar um congresso extraordinário. Segundo a imprensa espanhola, esta decisão foi tomada por unanimidade dentro do Comité de Direção, mas ao longo das várias horas em que os populares estiveram reunidos houve tensão e contestação.

O que dividiu o núcleo duro? Teodoro García Egea, com opiniões divergentes sobre a sua permanência como número dois de Casado.

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Feijóo. A Pablo Casado “cabe tomar a última decisão”

Esta segunda-feira, Feijóo, presidente do Governo da Galiza, falou e entre as ambiguidades habituais do seu discurso deixou uma frase que tem dupla leitura para os analistas. A Pablo Casado “cabe tomar a última decisão”, afirmou. Ao próprio, já disse o que pensa. Por lealdade, as suas palavras ficarão entre os dois. Hashtag? Só que não.

Segundo o El Pais, que cita três fontes conhecedoras da conversa, Feijóo disse a Casado que tem de renunciar já e que a demissão de Egea não é suficiente. Nesta segunda-feira, dia em que Casado reuniu a cúpula do partido para tomar decisões, a imprensa espanhola, citando fontes internas, garantia que a demissão não é uma opção para o presidente do PP. Um dos motivos é porque acredita que provas contra Isabel Díaz Ayuso e a sua gestão de Madrid serão reveladas em breve, dando razão à investigação interna. Apesar disso, os jornais espanhóis também escrevem que Pablo Casado está cada vez mais pressionado a sair.

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A ideia deixada por Feijóo, de que cabe a Casado tomar a decisão definitiva, foi quanto baste para toda a imprensa espanhola ler no discurso do principal barão do PP um pedido de demissão de Casado e da convocação do congresso do partido, dando a hipótese de ser o líder do PP a fazê-lo.

Em 2018, quando o Governo de Mariano Rajoy foi derrubado por uma moção de censura do PSOE, Feijóo era o seu sucessor natural. Acabou por dizer que não se candidatava, porque o seu compromisso era com os galegos e até 2020. “Não posso faltar aos galegos porque seria faltar a mim mesmo”, disse na altura. “Ser presidente da Galiza é a maior das minhas ambições políticas.” Pablo Casado acabou eleito nessas primárias, à segunda volta.

É por esse passado que todos olham para si. Sem empurrar o presidente para fora do partido, Feijóo, um homem conhecido por gostar de construir pontes, apontou-lhe discretamente a porta da rua. “Há que tomar decisões. E as decisões devem ser tomadas quando é imprescindível fazê-lo. E, na minha opinião, neste caso, é imprescindível fazê-lo”, disse o presidente do Governo da Galiza.

“Serão decisões que não serão fáceis, que serão complexas, mas que são urgentes.” Essas soluções deverão servir para voltar a unir o partido, já que Feijóo considera que, enquanto espanhóis, os dirigentes do PP têm a obrigação de não criar mais problemas ao país. “Nem os militantes nem o partido nem Espanha merecem a situação de colapso” que está a viver o PP, a única alternativa ao Governo de Pedro Sánchez, na sua opinião.

Assim, deixou o elemento mais importante do seu discurso para o fim. Casado “tem de tomar essa última decisão”, escusando-se a dizer se, desta vez, se apresentará na corrida à liderança. “Venho falar do PP, não de mim. A crise não foi resolvida e, se não foi resolvida no primeiro tempo, terá de ser no segundo.” Feijóo revelou ter conversado com Casado no domingo, altura em que lhe deu a sua opinião de “forma clara, leal e nítida”, cabendo ao presidente do PP atuar. “Não vou dizer a minha opinião, ele se quiser divulgá-la, que o faça.”

Meeting of the National Executive Committee of the Partido Popular

Feijóo disse que, em privado, contou a Casado o que pensava

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A porta da rua de Génova 13 é sistematicamente apontada

Urgentes, imediatas, definitivas. São vários os adjetivos que foram usados ao longo do dia, mas todos acabam por significar o mesmo. Pablo Casado deve clarificar o seu futuro e o do partido já que, pelo caminho, perante o colapso do PP, PSOE e Vox vão ganhando força. A resposta de Casado surge na forma de uma decisão que tem pouco de urgente: sete dias de espera para saber se há congresso ou não.

A mais recente sondagem, do El Español, dá conta de que, se as eleições fossem agora, pela primeira vez, o Vox, de extrema-direita, ficaria à frente do PP. A vantagem é ligeira (20,9% contra 20,1% das intenções de votos), mas inédita. Já o Partido Socialista de Pedro Sánchez voltaria a vencer, ligeiramente reforçado, com 106 deputados, mais três do que na última sondagem (25,9% dos votos).

Internamente, o rol de vozes a pedir soluções vai longo. A presidente do PP das Astúrias, Teresa Mallada, exigiu “soluções urgentes”, enquanto o presidente do PP catalão, Alejandro Fernández, pediu “decisões drásticas que dêem voz aos militantes”.

No PP de Castela-La Mancha, Paco Núñez disse que a crise aberta precisa de uma solução imediata e urgente, não se pronunciando sobre a convocação de um congresso extraordinário. Alfonso Fernández Mañueco, presidente do PP em Castela e Leão, e vencedor das recentes eleições para o Governo daquela comunidade, prefere os adjetivos “rápido”, “imediato” e “eficaz” quando fala de soluções. Apesar de apontar para a necessidade de unir o partido, escusa-se a apontar qual o melhor caminho para consegui-lo. “A minha lealdade com o presidente do PP obriga-me a que, quando me chamar, lhe dê a minha opinião.”

À lista, com um total de sete líderes regionais (onde se inclui Feijóo), juntam-se Juanma Moreno, de Andaluzia, e, claro, Isabel Díaz Ayuso, de Madrid.

Closing Of Pp Campaign In Castilla Y Leon

Foto tirada a 11 de fevereiro, antes de estalar a crise: Feijóo, Casado, Mañueco e Ayuso

Europa Press via Getty Images

Ayuso: “O meu lugar é em Madrid”

Esta segunda-feira de manhã, Ayuso deixou clara a sua estratégica: escudar-se com a justiça, enquanto promete que a campanha de que se diz vítima vai sair cara a quem a preparou. Assim, entregou à Procuradoria Provincial (Ministério Público) todos os documentos que tem em seu poder sobre o alegado tráfico de influências. “Vamos enviar toda a lista de documentos que temos sobre este contrato contra o qual todos os tipos de armadilhas foram lançadas”, afirmou aos jornalistas.

A presidente do Governo de Madrid referia-se ao contrato estabelecido entre a sua comunidade autonómica e uma empresa de um amigo do irmão Tomas para comprar máscaras no início da pandemia de Covid-19. “Desde que sou presidente da Comunidade de Madrid, não dediquei um único minuto da minha vida para beneficiar alguém próximo de mim.” O que não pode acontecer é “sair de graça” o facto de lhe terem roubado a presunção de inocência ao fim de 17 anos de militância no partido. “O que aconteceu é muito grave, não posso olhar para o lado e fingir que tudo continua igual.”

Ayuso entrega à Justiça todos os documentos que envolvem o seu irmão. “Não vai sair de graça roubarem-me a presunção de inocência”

A madrilena deixou claro que nunca quis substituir Casado na liderança do partido, pondo o ónus da batalha no líder do PP. “O meu lugar é em Madrid e tenho um compromisso com o povo madrileno, cidadãos que nunca votaram no PP votaram em mim e confiaram em mim, não posso abandonar esse compromisso. A Comunidade de Madrid transcende o PP, está acima de qualquer partido, por isso, não há guerra Ayuso-Casado, porque nunca tentei substituí-lo, o meu lugar é Madrid e sempre o disse.”

Apesar disso, não deixou passar a oportunidade de enviar recados para dentro do partido. “A cada dia que passa, estamos a piorar, é necessária uma reviravolta absoluta para o bem da Espanha.”

Ayuso e Casado. Este Partido Popular já não tem espaço para os dois (resta saber se ainda há espaço para o PP)

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