“Aqui está mais um caso”, começa por ler-se numa publicação do Facebook, visualizada centenas de vezes naquela rede social. “As escolas escondem casos só para não as fecharem.” Os casos a que se refere o utilizador são, obviamente, os casos de Covid-19 positivos que têm vindo a surgir em escolas de todo o país, quer em alunos quer em pessoal docente e não docente.

Os dados mais recentes, divulgados pela Fenprof na sexta-feira, 9 de outubro, apontam para mais de uma centena de escolas que já tiveram casos de Covid. Já a diretora-Geral de Saúde confirmou, na quarta-feira, a existência de 23 surtos ativos em estabelecimentos de ensino.

O problema — ou a falta à verdade — desta publicação identificada pelo Observador está na acusação de que as escolas escondem casos só para não fecharem. Embora haja relatos de pais que se queixam de falhas na forma como as direções de escolas estão a comunicar os casos de Covid, a ligação a uma tentativa de manter as escolas abertas não colhe. A 11 de setembro, a diretora geral da Saúde repetiu aquilo que o primeiro-ministro já tinha dito: o fecho das escolas, a ser feito, será “cirúrgico”.

“A intenção é que encerrar na totalidade uma escola seja uma exceção”, disse Graça Freitas na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da Covid-19 em Portugal.

A alegação é desmentida pela própria imagem que surge em anexo

Os pais da turma em causa foram avisados pela escola

Na publicação que é alvo deste fact check é utilizada uma imagem de uma comunicação enviada aos encarregados de educação da Escola de Santiago Maior, em Beja, onde estes são informados de que foi confirmado um caso positivo entre os alunos e que, por isso, todos os estudantes daquela turma deveriam ficar em casa no dia 29 de setembro. Ou seja, a acusação de que os casos estão a ser escondidos cai imediatamente por terra, já que os pais da turma em causa foram avisados.

Fonte da escola confirmou ao Observador que no agrupamento de Beja — e, em concreto, na Escola de Santiago Maior — houve um caso de Covid-19, tendo sido enviados para casa alguns alunos, segundo as indicações do delegado de saúde, e avisados os respetivos encarregados de educação.

Conclusão:

Falso. É verdade que foi detetado um caso de Covid-19 na escola em questão, mas, como se vê na própria publicação, os encarregados de educação dos colegas do aluno infetado foram avisados e enviados para casa, cumprindo as regras definidas pela Direção Geral de Saúde (DGS). As indicações, quer da DGS, quer do Ministério da Saúde, são para evitar o fecho de escolas.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

Errado

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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