Alega-se, no Facebook, que “o grande penso na orelha de [Donald Trump] encobre o facto de não existirem danos físicos”. No dia 14 de julho, o antigo Presidente norte-americano foi alvejado em pleno comício eleitoral, em Butler, na Pensilvânia, quando discursava, num local aberto, perante centenas de pessoas.

Foi atingido na orelha e ficou ferido com pouca gravidade, tendo sido assistido numa unidade de saúde local e teve alta poucas horas depois. O FBI está a investigar o ataque a Donald Trump como tentativa de homicídio e identificou Thomas Crooks, de 20 anos, como o atirador. O jovem foi abatido no telhado do edifício de onde disparou. Entretanto, a diretora do Serviço Secreto dos EUA apresentou a demissão na sequência do sucedido.

De acordo com a Associated Press, a campanha de Trump divulgou registos médicos que comprovam que o republicano sofreu um ferimento de bala na orelha direita, que atingiu o candidato presidencial “a menos de um quarto de polegada de entrar na sua cabeça e atingiu o topo da sua orelha direita”.

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O rasto da bala “produziu uma ferida de 2 cm de largura que se estendeu até à superfície cartilaginosa da orelha”, descreve-se no comunicado. Houve inicialmente uma hemorragia significativa, que pode ser vista nas imagens e vídeos do momento do ataque e dos momentos posteriores ao tiroteio que causou duas vítimas mortais — além do próprio atirador, abatido pela equipa de segurança do comício, uma pessoa que assistia ao evento foi atingida pelos disparos de Crooks e morreu.

O ataque a Donald Trump imagem a imagem, segundo a segundo

Embora o inchaço tenha desaparecido e a ferida “esteja a começar cicatrizar corretamente”, Trump continua a ter hemorragias intermitentes na orelha, daí a necessidade de usar o penso que foi exibido na Convenção Nacional Republicana da semana passada e que se tornou num símbolo de resistência usado por vários militantes republicanos nos comícios dos últimos dias.

Trump foi inicialmente tratado pela equipa médica do Butler Memorial Hospital e, “dada a natureza ampla e contundente da ferida em si”, não foram necessárias suturas. Além disso, os médicos “fizeram uma avaliação exaustiva dos ferimentos adicionais, que incluiu uma TAC à cabeça”, de modo preventivo.

Nos dias que se seguiram ao atentado que vitimou o antigo Presidente dos EUA, tem sido muita a desinformação a circular e muitas as teorias sobre uma alegada encenação do ataque por parte dos republicanos, alegadamente para tornar Trump numa figura de mártir aos olhos da opinião pública. Por exemplo, estão a ser partilhadas fotografias do republicano sem o penso na orelha — que não são atuais — para tentar provar esse ponto. Mas não passam de uma tentativa de descontextualização dos registos fotográficos.

Conclusão

Várias publicações nas redes sociais tentam provar que o ataque a Donald Trump não passou de uma encenação, com o republicano a escapar ileso. Registo médicos e imagens do momento em que é alvejado de raspão mostram que o antigo Presidente dos EUA e atual candidato republicano ficou ferido na orelha, ainda que com pouca gravidade.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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