Portugal já foi uma história de sucesso económico.

Meros quinze anos após o estabelecimento da democracia, com apoio da União Europeia e através de reformas internas, conseguiu em 1990 sair do patamar de desenvolvimento médio para o de uma economia avançada. Esta história, que é na realidade muito recente, dá-nos alento para contrariar a estagnação económica dos últimos vinte anos.

Pós-pandemia, sem um projeto aprofundado, deliberado e direcionado para o crescimento económico, os fundos serão meros instrumentos de status-quo, e as desigualdades económicas continuarão a aprofundar-se, adicionando aos fatores tradicionais, como a educação, novos fatores de discriminação social, tais como o acesso às tecnologias digitais.

O que está em jogo nas próximas eleições, não é somente uma escolha entre partidos e alianças, reais ou imaginadas. É a escolha entre dois modelos diferentes de desenvolvimento económico, social e cultural do país.

Por um lado, temos o modelo do atual Governo, de crescimento médio-baixo, com níveis de rendimento médio no limite inferior dos países avançados, sustentados em mercados de bens e de fatores pouco dinâmicos e altamente regulados. Um modelo que se limita, com maior ou menor sucesso, e sempre com meios que se revelam insuficientes, a providenciar bens públicos e segurança básica aos mais vulneráveis, para corrigir os efeitos da rigidez de mercado.

Por outro lado, no centro-direita, as eleições internas no PSD permitirão clarificar se o partido pode oferecer uma visão alternativa ao país. Um modelo em que mercados menos rígidos são um motor do desenvolvimento económico e social e em que o Estado, com mais recursos por via do maior crescimento, tem melhores condições para intervir nas desigualdades e na pobreza.

Paulo Rangel é, na minha opinião, o candidato do PSD com condições para recuperar o espírito reformista que permitiu ao país atingir o patamar de desenvolvimento avançado em 1990 e que de novo nos salvou da crise financeira de 2011, mas agora orientado para os novos desafios digitais, ambientais, sociais e culturais que o país enfrenta.

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