Poucos dias depois das eleições do passado mês de Outubro o primeiro-ministro foi pagar uma promessa a um café da Margem Sul do Tejo. Em campanha tinha garantido lá voltar se ganhasse pois as empregadas prometeram votar nele – e por isso voltou, com as televisões atrás, para que pudessem ouvi-las dizer que antes eram eleitoras do PSD mas agora tinham votado PS. Enquanto Costa beberricava a sua bica, ela agarravam-se a ele para lhe arrancar outra promessa: a de que conservasse Mário Centeno no Governo. Costa tentou prometer sem se comprometer, e hoje já todos percebemos porquê: este Governo já não é de Mário Centeno, ele já não é a mais valia para falar das “contas certas”, ele é o empecilho que só atrapalha e contra quem já se colocam notícias nos jornais.
Na hierarquia do Executivo, o “Ronaldo das Finanças” passou a ser apenas o quarto entre quatro ministros de Estado, uma óbvia despromoção até porque para primeiro lugar passou o ministro da Economia, Siza Vieira, e à sua frente também está uma ministra novata e que tem apenas funções de coordenação política, Mariana Vieira da Silva. Uma humilhação, um sinal de que as relações entre António Costa e o seu homem do cofre já conheceram melhores dias. Muito melhores dias.
Até porque se imagina – eu até diria: se sabe – que por estes exactos dias Mário Centeno deve andar a repetir aos seus colegas de Governo (e agora são muito mais os colegas de Governo) aquilo que um dia Vítor Gaspar teve de dizer alto e bom som aos seus pares: “Não há dinheiro. Qual destas três palavras é que não percebeu?”.
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