Por regra, as notícias sobre padres são, 99,9% das vezes, negativas: se não é um escândalo de natureza sexual, é um sacerdote que se casou, ou que tem um filho, ou que foi apanhado em alguma falcatrua. Mas 99, 9% dos sacerdotes não cometem nenhum escândalo de natureza sexual, não casam, não têm filhos, nem fazem falcatruas. Por isso, não são notícia. E, por isso mesmo, faltava um livro que, como ‘Nós os padres, 11 padres confessam-se’ (Aletheia Editores), desse notícia dos padres que não são notícia, para contrapor às notícias dos padres que o são, pelas piores razões, nas manchetes dos jornais, nos noticiários das rádios e das televisões.

Alguém dizia que todos os espanhóis andam atrás dos padres: uns com uma vela, outros com um pau. Talvez entre nós, graças aos nossos brandos costumes, não haja tanta beatice, nem tanto ódio. Mas é verdade que, quando se trata da Igreja católica e dos seus ministros, vêm ao de cima muitos preconceitos anticlericais, que alguma da nossa imprensa, geralmente alinhada com o pensamento anticatólico, seja ele ateu ou simplesmente agnóstico, gosta de alimentar.

É conhecida a máxima daquele furioso anticlerical que se propunha enforcar o último sacerdote, com as tripas do último bispo! Não haverá muitos assim, mas abundam os que têm do padre uma imagem soturna: uma espécie de figura pré-histórica, relíquia da era das trevas e da ignorância, que as luzes da ciência e do progresso um dia irão desmascarar. Na melhor das hipóteses, o padre católico é um sujeito anacrónico, uma espécie de dinossauro em vias de extinção, um parasita social que, não só não produz qualquer riqueza, como explora a crendice dos mais incultos. Mas, será mesmo assim?!

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