O mais recente episódio da telenovela da política nacional pode ser resumido da seguinte forma:

  1. Depois do concubinato com mais de sete anos e a última lua de mel de reconciliação nas Caraíbas, em jeito de reconfirmação dos votos, o “casal político” “Marcelo-Costa” anunciou publicamente que passam a viver em casas separadas, mas continuam a suportar equitativamente as despesas mensais… aquelas que são pagas por todos nós, claro está!
  2. Após o cabeça de casal ter anunciado aos ventos de forma velada que quer uma separação, ou pelo menos uma correção de comportamento, com base em ação culposa da outra parte, vem esta dizer preto no branco que não aceita sair de forma voluntária da relação e que, se a outra parte assim quiser, que o ponha fora de casa e que assuma a responsabilidade por tais actos!
  3. Como consequência directa desta zanga do “casal”, o filho diletante e mal comportado não sai de casa porque se encontra à guarda da parte supostamente faltosa, que não reconhece as suas falhas, vendo antes grandes virtudes e méritos na sua ação e comportamento cívico!

Nota: Tradução para Português corrente, sem cedências ao politicamente correcto e pela mesma ordem acima apresentada!

  1. Foram sete anos de beijos e abraços entre as tão propaladas virtudes de diálogo do Presidente da República e as capacidades extraordinárias de um habilidoso e manipulador 1º Ministro, mas a coisa começou a aquecer com a galopante inflação, a perda expressiva do poder de compra dos salários e das pensões e os disparates sucessivos e injustificáveis do Governo, com casos de corrupção à mistura, pelo que já não dá para disfarçar que tudo aquilo que reluz é ouro… às vezes pode ter mesmo muito mau cheiro, embora a cor iluda a populaça.
  2. Depois do Sr. Presidente andar semanas a fio a dar uma no cravo e outra na ferradura, 4 a 5 vezes ao dia, numa verborreia já insuportável para o comum dos cidadãos, em que numas dissolve e noutras nem por isso, vem o 1º Ministro dizer alto e bom som, desafiando de forma clara a autoridade do Chefe de Estado, e obrigando-o a assumir-se como Presidente e a deixar de ser mero comentador, num registo do tipo: se quiser demitir o Ministro demita-me a mim dissolvendo o Parlamento, já que eu não demito o Ministro, embora eu até ache que o tipo se portou mal! Maior desautorização de um Presidente da República nunca se viu em 49 anos de regime democrático, suando mesmo à maior das humilhações para a primeira figura do Estado!
  3. O Governo continua como está, as TAP(alhadas) irão continuar, desde logo porque recrutar alguém de qualidade para o Governo é tarefa quase impossível e como não tenho mais parede para recuar, escolho a espada, diz António Costa… até pela simples razão que sei que o Galo cantante de Belém não tem coragem para a usar!

Nota importante: para quem quiser esclarecer dúvidas quanto ao racional que António Costa usou para entalar o Presidente da República, recomendo que veja e reflita sobre a argumentação usada pelo poderoso mano Costa da SIC, qual alter ego infiltrado nos media, a propósito desta desavença institucional! Está lá tudo escarrapachado!

Em suma, o resultado desta brincadeira entre o nosso Presidente e o nosso 1º Ministro só poderá ter uma de duas consequências:

  1. Continuamos a ter Governo, mas deixamos a partir de agora de ter Presidente da República, sendo que aquilo que tínhamos até agora já era apenas um simples arremedo da função constitucionalmente estabelecida;
  2. Deixamos de ter Governo por dissolução do Parlamento e convocação de novas eleições, ou com novo Governo do mesmo 1º Ministro, rogando-se a quem tiver fé e tempo para que reze umas avé-marias e uns padre-nossos, para que melhor solução possa emergir daqui, já que pior do que este Governo não se vislumbra como!

Entre comentários sobre a meteorologia no Norte do País e gelados da Santini no final da tarde em Belém, ficamos com a sensação de que alguém anda a brincar à política e a gozar connosco!

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Na minha opinião, bom bom, era despachar o “casal” de uma só vez e devolvermos a decisão ao povo… dado que pior não ficávamos, seguramente!

Dito de outra forma, curtinha e grossa, estamos entregues à bicharada!

Linda-a-Velha, 3 de Maio de 2023