A fragata Álvares Cabral partiu nesta sexta-feira de Portugal em direção a Cabo Verde com uma tripulação de 201 elementos para prestar assistência médico-sanitária e apoio logístico aos afetados pela erupção vulcânica na ilha do Fogo. O navio zarpou da Base Naval do Alfeite, em Almada, com um helicóptero e cerca de uma dezena de embarcações (botes e semirrígidos) para apoio no transporte de pessoal e material para o terreno, estimando chegar a Cabo Verde na terça-feira.

“Levamos material que foi dado por instituições portuguesas para apoio à catástrofe que está a acontecer em Cabo Verde, e equipamento próprio da Marinha para prestarmos assistência médico-sanitária, apoio logístico e também para fornecimento de alimentos e água à população”, explicou aos jornalistas o comandante da fragata. Alexandre Serrano referiu que o navio transporta, por exemplo, mais de 1.000 máscaras e mais de um milhar de cobertores, além de outros materiais de apoio humanitário.

A guarnição da Álvares Cabral foi reforçada com fuzileiros, mergulhadores e equipas médicas, num total de 201 tripulantes, 25 dos quais mulheres. “Reforçamos a guarnição do navio nessa área [clínica] e, além de um conjunto bastante grande de socorristas, temos também dois médicos e dois enfermeiros”, sublinhou o comandante, antes de o navio rumar a Cabo Verde.

A fragata vai ficar fundeada ao largo da ilha do Fogo, local a partir do qual vai desenvolver as operações. “A ilha do Fogo não tem condições para nos prestar apoio logístico, nem para nós podermos atracar. Ficaremos fundeados ou a pairar perto e desembarcaremos o nosso material e forneceremos o nosso apoio ao largo da ilha”, frisou o oficial.

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Alexandre Serrano acrescentou que a fragata irá à Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, para apoio logístico e para contactar com as autoridades locais. A missão está planeada para 15 dias, mas há possibilidade de vir a ser prolongada.

“Esta missão está prevista para um período de 15 dias. Contudo, dada a sua natureza, muita da sua duração será ditada pela força das circunstâncias. [ficar além dos 15 dias] É um pressuposto que não está estabelecido, mas está implícito”, salientou o comandante.

Presente na largada do navio esteve também o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), que elogiou a prontidão da Marinha portuguesa na resposta ao pedido do governo cabo-verdiano. “Considero uma resposta pronta da Marinha para que, em 48 horas, esteja pronta para ir em direção a Cabo Verde apoiar um país irmão que está em dificuldades, face a uma situação de catástrofe provocada pela erupção do vulcão na ilha do Fogo”, sublinhou Artur Pina Monteiro.

Para o CEMGFA isto significa “espírito de missão, competência e treino”, referindo ainda que esta missão vai decorrer como se fosse uma Força Nacional Destacada. “Tenho a certeza que esta missão humanitária será bem conseguida, iremos prestigiar Portugal e apoiar um país amigo e irmão numa situação de catástrofe”, concluiu o general.

A erupção vulcânica, que se iniciou no domingo, já provocou a destruição de 15 residências na localidade de Portela, 14 cisternas de água, 15 currais, duas casas de apoio à agricultura e uma vasta área rural e agrícola. Até ao momento não há registo de vítimas.