Na quarta-feira, as bancas de jornais de vários países vão estar cobertas de verde. A cor símbolo do islão foi a escolhida pela redação do semanário Charlie Hebdo para a primeira edição pós-ataque, onde morreram 12 pessoas. No centro da capa, um Maomé de lágrima no olho segura um cartaz onde se pode ler que também o profeta, em nome de quem os irmãos Kouachi cometeram os crimes, é Charlie.

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“Tudo está perdoado”, pode ler-se na capa da nova edição do Charlie Hebdo

“Nunca vamos ceder, senão nada disto faria sentido”, disse o advogado do jornal, Richard Malka, que já tinha revelado à rádio France Info que a próxima edição do jornal vai ter conteúdos políticos. Afinal, “esse é o espírito do ‘Je suis Charlie’”, afirmou.

No site oficial do jornal é possível ler três das razões que levaram os sobreviventes a preparar a nova edição. “Porque o lápis estará sempre acima da barbárie…; Porque a liberdade é um direito universal…; Porque vocês nos apoiam…”.

Em vez dos habituais 60 mil exemplares, a próxima edição do Charlie Hebdo vai ter uma tiragem de três milhões, revela o Libération. Foi este jornal francês que disponibilizou espaço e meios para que os jornalistas do Charlie Hebdo pudessem erguer a nova edição, que sai exatamente uma semana depois dos ataques dos irmãos Kouachi.

A International News Portugal, responsável pela importação do jornal para Portugal, não avançou o número médio de vendas em Portugal e os pontos onde se pode comprar, por “não ter autorização para divulgar dados de circulação dos parceiros internacionais”, mas admitiu à Lusa que a procura por esta edição será superior ao habitual, tendo pedido “maior tiragem para distribuição em Portugal”.

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