O Parlamento ucraniano declarou hoje a Rússia como um “Estado agressor” no documento aprovado com 271 votos favoráveis entre os 298 deputados presentes numa sessão extraordinária da assembleia parlamentar.

Na declaração, os legisladores fizeram um apelo aos parlamentares de outros países e às organizações internacionais para que também declarem a Rússia como país agressor devido ao seu envolvimento no conflito armado no leste da Ucrânia.

Além disso, a Rada (parlamento) pediu aos parceiros da Ucrânia para “impedir a impunidade dos culpados de crimes contra a humanidade cometidos desde o início da agressão russa”.

O texto denuncia que a Rússia “apoia o terrorismo e bloqueia o trabalho do conselho de segurança da NATO, colocando em perigo a segurança e a paz internacional”.

Os deputados fizeram um apelo à comunidade internacional para declarar como “organizações terroristas” as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, criadas pelos separatistas pró-russos na região leste do país, na fronteira com a Rússia.

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A sessão extraordinária da Rada foi convocada depois do bombardeamento de sábado, que matou 30 civis e deixou uma centena de feridos em Mariupol, cidade de meio milhão de habitantes no sul da região de Donetsk, próximo do Mar de Azov.

As autoridades de Kiev responsabilizaram as milícias separatistas pró-russas pelo bombardeamento. Os rebeldes haviam anunciado, pouco antes do ataque, uma ampla ofensiva em todo o leste da Ucrânia.

As acusações do Governo ucraniano foram apoiadas por uma missão de observadores da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE), que se deslocou ao local e constatou que o ataque foi realizado com lança-mísseis, disparados das zonas controladas pelos rebeldes pró-russos.

Os observadores internacionais assinalaram que os mísseis foram disparados de uma distância de 19 a 15 quilómetros em relação ao local onde caíram, de localidades a leste e noroeste de Mariupol, que está nas mãos dos separatistas.

A crescente deterioração da situação do conflito, que já matou mais de 5.000 pessoas desde abril, levou na segunda-feira o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, a impor um alerta máximo em todo o território nacional.

“O objetivo de tal decisão é a plena coordenação das atividades de todos os órgãos de poder para garantir a segurança dos cidadãos”, explicou o chefe de Governo.