O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pressionou o Congresso para autorizar formalmente o presidente Barack Obama a dirigir uma guerra contra o grupo radical Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

“A resolução que apresentámos (ao Congresso) daria ao presidente um mandato claro para conduzir um conflito armado contra o EI e os indivíduos ou forças filiados”, declarou Kerry perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, ao lado do novo responsável do Pentágono, Ashton Carter, e do mais alto graduado norte-americano, o general Martin Dempsey.

O chefe da diplomacia norte-americana pediu aos parlamentares “os meios para que a América e os seus representantes falem com uma só e forte voz, numa altura em que o EI perde força e mostra sinais de fragmentação”.

“O presidente dispõe da autoridade legal para agir contra o EI, mas a expressão formal e clara do vosso apoio dissiparia as dúvidas sobre o facto de os americanos estarem unidos neste esforço”, disse.

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O secretário de Estado lembrou que “a administração não vê necessidade de envolver forças americanas nas operações ofensivas terrestres de longa duração contra o EI” e que “a resolução não contém qualquer limitação geográfica”.

O Congresso e a administração dos Estados Unidos analisam um texto que o presidente Obama apresentou a 11 de fevereiro para uma autorização formal à realização de uma guerra contra o EI, durante três anos e sem intervenção terrestre de longa duração.

O presidente, comandante supremo das forças armadas, não esperou a “luz verde” do Congresso para começar a guerra contra os ‘jihadistas’, que são bombardeados por aviões norte-americanos desde 08 de agosto no Iraque e desde 23 de setembro na Síria. Perto de 2.000 militares estão a ajudar as forças iraquianas.

Há seis meses que numerosos eleitos, democratas e republicanos, contestam uma guerra ilegal e exortam o Congresso a assumir o seu papel constitucional de declarar as guerras.

A última declaração de guerra formal data da Segunda Guerra Mundial, mas o Congresso norte-americano já autorizou o uso da força em várias ocasiões, como no Líbano (1983), no Iraque (1991 e 2002) e contra a Al-Qaida (2001).