Um grupo de vários homens espancou violentamente uma jovem de 27 anos, na passada quinta-feira, perto da mesquita Shah-e-Do Shamshera em Cabul, capital do Afeganistão, por esta ter queimado um exemplar do Alcorão. Representantes das Nações Unidas no país já condenaram o ato e já há pessoas presas.

As imagens que captaram o ato violento (e que podem chocar os mais sensíveis) já estão a circular na internet e mostram como a rapariga foi deitada ao chão, pisada, pontapeada, e espancada com paus, pedras e outros objetos por vários homens, enquanto a população assistia. Por último pegaram-lhe fogo, não se tendo a certeza se por essa altura já estava morta.

https://www.youtube.com/watch?v=bwIE99mAOeM

A família da mulher, chamada apenas de Farkhunda, disse à agência de notícias Tolo que ela sofria de problemas mentais há 16 anos e que não tinha queimado o Alcorão intencionalmente. Mas a CNN diz que nem sequer há provas de que a jovem tenha mesmo deitado fogo ao livro sagrado.

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O presidente afegão, Ashraf Ghani, pediu uma investigação e disse que ninguém tem o direito de usar a violência para punir outros.

Pelo menos nove suspeitos foram presos em conexão com o incidente, de acordo com o porta-voz do Ministério da Administração Interna, Sediq Seddiqi, noticia a CNN.

Também responsáveis das Nações Unidas, no Afeganistão, já vieram manifestar o seu repúdio. “Estamos animados pelos relatos iniciais da prisão de vários suspeitos, mas apelamos às autoridades para investigarem este incidente a fundo e levarem à justiça todas as pessoas que participaram ativamente no assassinato, ou ajudaram e encorajaram”, afirmou Elzira Sagynbaeva, a representante da ONU dos direitos das no Afeganistão, em comunicado divulgado à imprensa.

Também Mark Bowden, chefe interino da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA), condenou o ataque. “A queima do Alcorão contradiz os esforços das Nações Unidas para promover a tolerância, a compreensão intercultural e o respeito mútuo entre culturas e religiões”, disse. “No entanto, o assassinato brutal desta mulher é um ato horrendo inqualificável e os responsáveis ​​devem ser processados, na medida do possível, nos termos da legislação afegã”, acrescentou.