Não vou humilhar-me a mim próprio e não vou deixar-me comprometer nos meus princípios e na minha lógica”, garante Yanis Varoufakis, ministro das Finanças da Grécia, que foi entrevistado no início do mês para um perfil traçado pelo The New York Times. Citado pela jornalista que elaborou o perfil, Varoufakis deixou um alerta, em “tom furioso“: “Raios me partam se aceitarei mais um pacote de políticas económicas que perpetuem esta mesma crise“.

A entrevista a Varoufakis foi feita depois de uma tournée pelas capitais europeias em que Yanis Varoufakis voltou a ouvir as exigências dos credores internacionais para que se diga que a Grécia concluiu a quinta e última avaliação do segundo resgate, o que desbloquearia financiamento essencial para Atenas.

Garantindo que não se vergará perante as exigências dos credores, Varoufakis diz que não foi eleito para aceitar mais pacotes de austeridade e que, antes de o fazer, se demitirá. Mais medidas de austeridade “não são algo bom para a Europa, nem são algo bom para a Grécia”.

Yanis Varoufakis reconhece que “não há dúvida de que a economia, agora, está muito pior como consequência das negociações duras”, o ministro das Finanças diz que esse é o preço a pagar para que a Grécia obtenha um acordo favorável em breve. A quebra da economia, que voltou à recessão no primeiro trimestre, é um “investimento, e como qualquer investimento envolve um custo de curto prazo”, refere Yanis Varoufakis.

“O que queremos é que quem tem hoje 15, 16, 17 anos, que tenha alguma hipótese [de ser bem sucedido] quando tiver 20 anos, é isso que importa”, remata o ministro das Finanças da Grécia.

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