Cerca de 30 pessoas participaram numa concentração em Lisboa para exigir à Santa Casa da Misericórdia uma resposta sobre o futuro de 250 trabalhadores de oito equipamentos sociais.

“Queremos que garantam a cerca de 250 trabalhadores os seus postos de trabalho”, disse aos jornalistas Paulo Soares, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.

O dirigente sindical explicou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) estava a gerir 25 equipamentos que pertenciam ao Instituto da Segurança Social (ISS) e, “desses 25, resolveu não ficar com oito, o que perfaz o número de 250 trabalhadores”

Segundo o protocolo estabelecido entre a ISS e a SCML, a gestão daqueles equipamentos pela Santa Casa termina a 30 de setembro.

“O que defendemos é que os trabalhadores sejam integrados na SCML, até porque a Santa Casa está com falta de pessoal e vai continuar a contratar. Se vai continuar a contratar, então o mínimo que podia fazer era permanecer com estes trabalhadores”, defendeu Paulo Soares, afirmando que “o silêncio é a palavra de ordem” quanto ao futuro daquelas pessoas.

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O Instituto Sagrada Família, o Centro de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian e o Centro Infantil de Odivelas estão entre os equipamentos em causa.

A trabalhar há 36 anos como auxiliar de educação no Centro Infantil de Odivelas, Fernanda Luzia Cardoso disse à Lusa que vive estes dias com “angústia”.

“Estamos à espera de que a Santa Casa diga alguma coisa, mas até agora nada sabemos, estamos à espera de, no final de setembro, pegar nas malas e ir para casa. De ficar sem emprego. Ninguém nos dá uma resposta concreta e andamos nesta angústia dia a dia”, lamentou.

Depois da concentração no Largo de Camões, os trabalhadores rumaram até ao Largo Trindade Coelho, onde se situam os serviços centrais da SCML, para entregarem uma resolução à direção da instituição, em que exigem a “integração dos equipamentos em causa na esfera da SCML” e a “integração de todos os atuais trabalhadores”.

Pelo caminho gritaram palavras de ordem como “está na hora, está na hora de o Santana ir embora” (numa alusão ao provedor, Santana Lopes) e “trabalho sim, desemprego não”.

Uma delegação representativa dos trabalhadores foi recebida pela administradora da Ação Social da SCML, Rita Valadas, que após o encontro, em declarações à Lusa, sublinhou que “estes equipamentos não pertencem à SCML, estão à gestão temporária da Santa Casa”.

“Nós temos que aguardar que nos seja transmitido o que é que a Segurança Social encontrou como caminho para a sua gestão”, frisou, acrescentando que “estão preocupados” porque aqueles equipamentos “são absolutamente necessárias à rede social dos respetivos municípios”.

Os trabalhadores daqueles equipamentos cumprem também hoje uma greve de 24 horas, que Rita Valadas considera de “elogiosa para a Santa Casa, porque o que queriam era que estes equipamentos ficassem na Misericórdia de Lisboa”. No seu entender, este é um reconhecimento da “competência e capacidade de gestão e capacidade de gerir respostas sociais”.