Descrevendo os cercos na Síria como “uma tática bárbara”, as Nações Unidas exigiram hoje acesso imediato às cidades sitiadas, para poderem fazer chegar ajuda humanitária aos civis afetados pela fome.

“Não pode existir qualquer razão ou lógica, nenhuma explicação ou desculpa, para impedir a ajuda de chegar às pessoas que passam necessidades”, declarou Kyung-Wha Kang, responsável da ajuda humanitária ONU, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o fim dos bloqueios.

A França e a Grã-Bretanha solicitaram conversações urgentes após a divulgação de relatos segundo os quais dezenas de pessoas morreram de fome na cidade de Madaya, que apenas esta semana teve acesso a ajuda humanitária.

Os 40.000 habitantes de Madaya vivem há meses sob cerco de forças pró-governamentais, uma tática que a ONU considera “bárbara” e que “não pode ser exagerada”.

As equipas da ONU estão a trabalhar para facultar tratamento no local, em Madaya, e para negociar a retirada dos habitantes que sofrem de desnutrição aguda, tendo nove pessoas sido autorizadas a deixar a cidade para receber tratamento.

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Segundo Kyung-Wha Kang, outras 19 necessitam urgentemente de deixar o local.

As Nações Unidas têm batalhado pelo direito a fazer chegar ajuda a cerca de 4,5 milhões de sírios que vivem em áreas de difícil acesso, incluindo cerca de 400.000 pessoas que estão em áreas sitiadas.

O acesso a ajuda humanitária é visto como uma medida-chave na construção de um clima de confiança prévio à nova ronda de negociações de paz na Síria, prevista para dia 25 em Genebra.