A porta-voz do BE, Catarina Martins, disse hoje o Orçamento do Estado para 2016 “será naturalmente o espelho” do acordo entre os partidos de esquerda, avisando que “não há recado nenhum” que possa pôr em causa este entendimento.

À margem de uma ação de campanha da candidata presidencial Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda, Catarina Martins falou aos jornalistas dos ‘recados’ que têm vindo Comissão Europeia sobre o Orçamento do Estado para 2016, afiançando que “o Estado português terá uma relação diferente com as instituições europeias”.

“É preciso ser absolutamente firme neste momento e dizer que não há recado nenhum que venha de lado nenhum que possa pôr em causa o acordo que foi firmado para parar o empobrecimento em Portugal e que o Orçamento de 2016 será naturalmente o espelho desse acordo”, avisou.

Questionada pelos jornalistas se este aviso era para a Comissão Europeia ou para o primeiro-ministro, António Costa, a porta-voz do BE foi perentória: “a nenhum dos partidos que fizeram este acordo passa pela cabeça que o Governo ponha em causa o acordo que firmou. Isso não tem nenhum sentido”.

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“Mas vemos as notícias que vêm todos os dias. Eventualmente alguém na Comissão Europeia não compreendeu que em Portugal tivemos eleições, que as pessoas escolheram e escolheram fazer diferente do que foi PSD e CDS”, justificou.

No momento em que se está a preparar o Orçamento do Estado, Catarina Martins quis “lembrar que todas as forças políticas que fizeram o acordo para parar o empobrecimento do país, todos sabíamos que este caminho ia ser difícil e todos sabíamos também que este era um caminho que não ia agradar propriamente à Comissão Europeia”.

“Agora todas as pessoas que votaram nos partidos que fizeram este acordo e que fazem parte desta nova solução de Governo, fizeram-no para que o nosso país tivesse uma nova relação com a Comissão Europeia e que não tivesse mais políticas de austeridade”, vincou.

Para a deputada bloquista, quem votou nos partidos de esquerda “não foi certamente para fazer o mesmo que faziam PSD e CDS que se fez um acordo que pode parar o empobrecimento”.

“O Estado português terá uma relação diferente com as instituições europeias. Não tem que ser o bom aluno das más políticas, tem de ser sim quem tem a coragem de defender as pessoas que aqui vivem”, assegurou.

Questionada sobre se já tinha falado com o primeiro-ministro sobre este tema, Catarina Martins disse apenas: “conversamos muitas vezes com o Governo, com os partidos que fizeram o acordo e estou certa que temos todos a firmeza para saber que na política os compromissos são para valer”.

“Pela parte do BE, o acordo que fizemos levamo-lo muito a sério”, garantiu.