Mário Centeno diz que a subida recente dos juros da dívida pública no mercado é um “efeito temporário” e está “esperançado” de que os ratings vão subir e, daí, será possível atrair mais investidores para a dívida portuguesa. O responsável acredita que irá haver uma emissão de dívida “a breve trecho”.

Em entrevista à Reuters, onde também falou do Novo Banco, Centeno foi questionado sobre a subida dos juros da dívida portuguesa, que atingiram o patamar dos 4%, para o prazo a dez anos na semana passada. Para o ministro, trata-se de um agravamento “temporário” que resulta de fatores como a incerteza no plano internacional e a reduzida liquidez nos mercados, e mostra confiança de que os fundamentos da economia portuguesa estão mais fortes.

“Obviamente vemos esta subida (das yields) como temporária associada a fatores muito específicos de incerteza (externa) e de baixa liquidez de mercado (de final de ano)”, adiantou Centeno.

Eu acho que os fundamentos da economia portuguesa aproximam-na de outras economias que têm taxas bastante mais baixas do que as nossas e eu acho que esse é um movimento (de correção) natural”.

O ministro admite que o Tesouro pode avançar com uma emissão sindicada de dívida pública em breve, defendendo a importância de atrair uma base mais alargada de investidores, ainda que reconheça que para isso será necessário uma melhoria nos ratings de Portugal.

Entre as agências de rating reconhecidas pelo BCE, Portugal tem apenas um rating acima de lixo — o da canadiana DBRS. No que diz respeito às três maiores agências, a dívida portuguesa tinha um rating que parecia caminhar para sair de lixo, o da Fitch, mas a perspetiva positiva caiu para estável em março do ano passado.

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