O chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, avisou a Rússia que tem de escolher um lado: ou alia-se aos Estados Unidos ou continua a apoiar o presidente sírio Bashar al-Assad. Tillerson reuniu-se com os restantes ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7, em Lucca (Itália) horas antes de se encontrar com o homólogo russo, em Moscovo. Havia a expectativa que pudesse levar a ameaça de novas sanções económicas à Rússia, em jeito de ultimato, mas não houve consenso no G7 sobre o assunto.

A guerra na Síria dominou a reunião do G7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido). Em cima da mesa estava um plano para impor novas sanções aos países de Putin e Assad, na sequência do ataque com armas químicas que matou mais de 80 pessoas. Tillerson declarou na reunião que “está claro para todos que o reinado de Assad e da sua família está a chegar ao fim“. Logo, avisa, é melhor a Rússia de Putin escolher o mesmo lado dos norte-americanos.

De acordo com a CNN, o Reino Unido, representado pelo ministro Boris Johnson, defendia que Tillerson já fosse encontrar-se com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, com um trunfo na manga, uma espécie de ultimato a Putin: ou deixava de ser aliado de Assad ou sofria novas sanções económicas. Recorde-se que, na última terça-feira, Lavrov disse que era “óbvio que as relações entre EUA e Rússia passam pelo momento mais difícil desde o fim da Guerra Fria.” Com ultimato, tudo ainda ficaria pior.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Angelino Alfano, revelou que “não houve consenso apara sanções adicionais“, destacando que podiam ser contraproducentes. Havia o risco de Moscovo ficar ainda mais isolado. “Temos de dialogar com a Rússia, não empurrá-los para um canto“, defendeu Alfano.

O G7 uniu-se, no entanto, no apoio ao bombardeamento dos Estados Unidos à base síria. Em comunicado, os países do G7 consideram que o ataque dos EUA “foi um resposta cuidadosamente preparada e de alcance limitado a um crime de guerra“, que serve para “prevenir e dissuadir a proliferação e uso de armas químicas mortais.” No entanto, Vladimír Putin, disse esta terça-feira que os rebeldes preparam “novas provocações”com agentes químicos em outras regiões da Síria, nomeadamente na periferia de Damascos.”

Ainda no comunicado, os países do G7 apelam “a todas as partes, em particular ao regime sírio e aos seus aliados, entre eles Rússia e Irão, para que permitam assistência humanitária sem obstáculos e adequada a quem precisa de ajuda”. O G7 acrescenta ainda que é necessário reconhecer que “o povo sírio já sofreu demasiado e que não se devem poupar esforços para pôr fim ao conflito”, pedindo “uma política credível”.

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