Depois de quase dois anos de jogos de qualificação, chegou o momento pelo qual todos ansiavam: o Mundial 2018 está aí e promete centrar as atenções dos amantes de futebol espalhados pelos quatro cantos do globo. Dos 211 países que iniciaram a fase de apuramento para a principal competição internacional de seleções, apenas 32 conseguiram garantir o bilhete dourado que lhes permitirá lutar pelo título de melhor seleção do Mundo, na Rússia, entre 14 de Junho e 15 de Julho.
No lote dos presentes, alguns favoritos saltam à vista, seja pelo peso histórico que trazem na bagagem ou pela elevada qualidade dos jogadores que apresentam, enquanto outros se configuram como possíveis surpresas ou, pelo menos, formações dignas de um acompanhamento especial. Desde as estreias de seleções como Islândia e Panamá, à já habitual presença dos veteranos Brasil, Alemanha ou Argentina, passando pela ausência de astros do futebol mundial ou a primeira vez de jovens talentos nestas andanças, vários são os motivos para não perder pitada do que acontecerá e acompanhar a par e passo o capítulo russo da história dos mundiais.
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As 32 equipas do Mundial 2018
Olhando para as 32 seleções presentes, é impossível não tentar um pequeno processo de adivinhação e projetar, à cabeça, alguns possíveis vencedores. Brasil e Alemanha surgem num primeiro lote, com Espanha e França logo atrás, seguidos de Argentina, Inglaterra, Portugal ou Bélgica. De facto, as casas de apostas não têm mãos a medir com os palpites dos especialistas, que entregam aos pentacampeões brasileiros e aos tetracampeões alemães grande parte do favoritismo na vitória deste Mundial. Com odds de 5.00/5.50 nos maiores sites de aposta, Brasil e Alemanha destacam-se na corrida pelo título, com Espanha (7.00) e França (7.50), na terceira e quarta posição. A seleção liderada por Lionel Messi surge no quinto posto, com uma odd de 10.00, seguida por uma Bélgica (13.00) recheada de talentos individuais, mas cuja prestação coletiva é sempre uma incógnita. Inglaterra (19.00) e Portugal (23.00) fecham o lote de previsíveis candidatos à conquista do título de campeão do Mundo, mas é importante não esquecer que as probabilidades valem o que valem. Quantos apostariam em Portugal como campeão europeu em terras francesas, há dois anos?
No extremo oposto da escala de poder e favoritismo, encontramos seleções estreantes em Mundiais e outras que, por mais que insistam, nunca conseguiram passar da primeira fase. A surpresa do Euro 2016, Islândia, conseguiu um histórico apuramento para o Rússia 2018 e prepara-se para tentar escrever novo capítulo na sua recente e bem sucedida história futebolística. Depois dos quartos de final alcançados em terras francesas, os islandeses encontram-se agora no grupo D, juntamente com Argentina, Croácia e Nigéria, e têm boas hipóteses de ultrapassar a primeira ronda, visto que se superiorizaram à Croácia na qualificação (garantiram o primeiro lugar com mais dois pontos do que os croatas) e terão na Nigéria um opositor ao seu alcance na disputa pelo segundo lugar do grupo, já que o primeiro deverá ficar entregue à Argentina. Já o outro estreante da prova, o Panamá, não terá tarefa fácil: inserido no frupo G, com Bélgica, Inglaterra e Tunísia, poucas serão as hipóteses que a formação da América Central terá de seguir em frente, com a concorrência belga e inglesa a adivinhar-se demasiado forte para uma primeira vez nos grandes palcos.
Olhando para a história, verificamos que são oito as seleções que já se sagraram campeãs do Mundo, destacando-se o Brasil, com cinco títulos, Alemanha e Itália, com quatro cada. A seleção transalpina é, sem dúvida, a maior ausência do Mundial, sendo o único país que já conquistou a competição a não marcar presença na edição deste ano, depois de ter falhado o apuramento no playoff frente à Suécia. Seguem-se Argentina e Uruguai, com duas vitórias cada, com França, Inglaterra Espanha a fecharem a lista de vencedores, com uma conquista.
Se a ausência da Itália causou estranheza e surpreendeu o futebol mundial, a cada vez mais constante queda da Holanda no círculo dos poderosos não chocou assim tanto. Aliás, se há países que dão nas vistas pela sua ausência (Chile e Estados Unidos da América também desiludiram), outros há que poderão surpreender pelo nível individual de alguns jogadores ou pela crescente dinâmica positiva que têm vindo a apresentar nas últimas competições. Mohamed Salah, melhor jogador e goleador máximo da última edição do campeonato inglês, lidera um seleção egípcia pouco habituada a estes ritmos, mas que, embalada pelo faraó do Liverpool, poderá ser capaz de ultrapassar a fase de grupos e surpreender no grupo A, onde se encontra com Rússia, Arábia Saudita e Uruguai. De relembrar que, caso os russos não sigam para os oitavos, serão a segunda seleção anfitriã a cair na ronda de grupos, depois da África do Sul, em 2010.
Em termos coletivos, a Bélgica é talvez a formação com maiores possibilidades de surpreender e, simultaneamente, de desiludir. Os valores individuais belgas falam por si, com Courtois, Kompany, Vertonghen, Kevin De Bruyne, Witsel, Eden Hazard ou Lukaku a destacarem-se na constelação comandada por Roberto Martinez e a merecerem, só por si, um olhar especial da parte dos adeptos de futebol. Apesar da inegável qualidade individual, a verdade é que a Bélgica acaba sempre por não corresponder às (talvez) elevadas expectativas que sobre si recaem, sendo eliminada demasiado cedo das competições internacionais. A sua melhor classificação num Mundial foi um quarto lugar e remonta ao longínquo ano de 1986.
Os melhores jogadores do Mundo encontram-se na Rússia mas, pelos mais variados motivos, muitas são as estrelas que falham o Mundial de 2018. Buffon, Chiellini, Verratti e restante companhia italiana verão o campeonato do Mundo pela televisão, assim como Robben e Wijnaldum (Holanda), Vidal, Alexis Sánchez e Claudio Bravo (Chile) ou Pjanic e Dzeko (Bósnia-Herzegovina), depois das suas seleções não terem conseguido o desejado apuramento para a Rússia.
Outros foram os que até ajudaram as suas seleções a carimbarem presença no Mundial, mas se viram sem espaço nos eleitos para viajar até ao frio de leste, como os casos de Leroy Sané, extremo alemão do Manchester City, Karim Benzema, ponta de lança francês e campeão europeu pelo Real Madrid, ou Nainggolan, médio belga titular no meio campo da Roma. Também Morata e Fábregas falharam os convocados da Espanha, assim como Dani Alves, que se viu fora dos eleitos de Tite, devido a lesão. Na Suécia, o destaque vai para ausência por opção de Zlatan Ibrahimovic: o sueco abandonou a seleção, voltou atrás, mas o selecionador Janne Andersson não mordeu o isco e deixou o inconfundível avançado em casa.
Cristiano Ronaldo, Salah, Messi, Marco Reus, De Bruyne, Hazard, Lewandowski, Neymar ou Pogba são algumas das estrelas que poderá acompanhar ao longo do Mundial da Rússia, entre 14 de Junho e 15 de Julho. Para que não perca pitada, preparámos-lhe um guia com as 32 seleções do Mundial, onde poderá consultar os convocados, o onze base, os treinadores, as estrelas e as histórias de cada seleção. Aqui, todas as as equipas começam iguais. Prognósticos? Só no final do Mundial.