Michael D. Cohen, o advogado pessoal de Donald Trump, gravou secretamente uma conversa com o atual Presidente dos EUA, dois meses antes das eleições de 2016, na qual Trump discute supostos pagamentos a uma modelo da Playboy com quem, teoricamente, estava a ter um caso. Segundo o The New York Times, outros advogados e familiares da modelo trouxeram o assunto a público, alegando também que têm copias das gravações.

O FBI apreendeu estas estas gravações no decorrer das várias buscas que fez aos escritórios de Cohen. O Departamento da Justiça está a investigar este assunto e o envolvimento do advogado no processo de pagamento  a várias mulheres como forma de as impedir de divulgar histórias embaraçosas sobre Trump, antes das eleições que o nomearam como substituto de Barack Obama. Os investigadores querem saber se estas transações violaram alguma lei federal sobre o financiamento de campanhas.

Estas gravações são mais um episódio que levanta suspeitas sobre a forma como Trump e seus associados omitiram vários aspetos da sua vida pessoal e empresarial. Ao mesmo tempo, comprova o perigo legal que Cohen pode representar para o POTUS (President Of The United States), já que o advogado é uma das pessoas que maior acesso terá aos pormenores mais íntimos da vida de Trump.

“I told you so”. Donald Trump ameaça retaliar contra multa aplicada à Google

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Rudolph W. Giuliani, ex-mayor de Nova Iorque e outro advogado da equipa legal do Presidente dos EUA, confirmou ao NYT, via telefone, que Trump e Cohen discutiram pagamentos, mas que estes nunca foram feitos. Disse ainda que a gravação tem menos de dois minutos e demonstra que o Presidente “não fez nada de mal”.

“Não temos nada a dizer sobre este assunto”, alegou entretanto Lanny J. Davis, um advogado de Cohen. A antiga modelo, Karen McDougal, disse que durante o ano de 2006 (altura em que Melania deu à luz) manteve um caso com Trump. McDougal vendeu a sua história ao The National Enquirer por 150 mil dólares nos últimos meses da campanha presidencial, mas o tabloide não a publicou (uma técnica chamada “catch and kill”, em que a história é comprada só para não ser divulgada por mais ninguém, uma forma de censura, na prática).

David J. Pecker, o diretor da empresa que detém o The Enquirer, é amigo pessoal de Donald Trump e a antiga modelo acusou ainda Cohen de secretamente ter participado na trama — alegação que faz parte das investigações do FBI.