Em entrevista à Renascença e ao Público, o cabeça de lista do PS para Eleições Europeias, Pedro Marques, pediu o reforço do orçamento da União Europeia através da taxação de empresas transnacionais. Mas, garante, “não vale a pena agitar papões do tipo dos impostos europeus, que nem estão previstos nos tratados”, apesar de defender assumidamente o aumento do financiamento próprio da UE através da subida de taxas. É, afirma, “a única forma de fazer um orçamento europeu mais ambicioso sem pedir mais impostos aos cidadãos”. A posição está em sintonia com a do PSD.

Pedro Marques criticou o CDS por se opor à medida: “Eu não consigo compreender a posição do CDS que vem dizer ‘esse tipo de evolução não’ mas ao mesmo tempo defende mais ambição para o orçamento europeu, então, provavelmente, está a defender mais impostos sobre os portugueses.

Pedro Marques. O político de “calos nas mãos” que começou como ajudante de pedreiro e chegou a ministro das Obras Públicas

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O candidato socialista não revelou se se projetava como futuro Comissário Europeu, depois do final do mandato de Carlos Moedas, indicado pelo PSD de Pedro Passos Coelho. “Não quero apoucar estas eleições ao responder a essa pergunta” sublinhou. Garantiu, no entanto, estar confiante de que “Portugal estará certamente muito bem representado no papel que terá na futura Comissão Europeia” devido ao “trabalho do António Costa nestes anos, do prestígio que alcançou a nível europeu, deste exemplo” que esta forma de governar “pôde representar a partir de agora”.

Pedro Marques sublinhou ainda o “profundo europeísmo” do PS, que não quer ser “nem a Europa da troika nem a Europa do Brexit”, ou seja, nem “a direita europeia que procurou sancionar Portugal […] nem essa Europa do Brexit, dos aventureirismos, de preparação de saídas que ninguém sabe o que seriam… Ou dessa insatisfação com o projeto europeu que parece que está sempre a raiar a ideia da saída da União Europeia”.

Sublinhou ainda a estabilidade interna do PS, que, sublinha, não precisa de “mandar figuras do passado para as eleições europeias para apaziguar problemas internos”, por o partido ter “a felicidade de ter um secretário-geral que tem dado espaço de crescimento a muita gente que representa uma nova geração no PS e tem dado provas concretas”. Pedro Marques não se propõe a liderar o Partido Socialista nem a curto nem a médio prazo mas diz-se feliz com a presença de novas gerações próximas das estruturas de poder do partido: “António Costa tem tido uma capacidade notável de preparar o futuro do Partido Socialista e daquilo que serão os futuros protagonistas”.