O número de casos de homicídio em contexto de violência doméstica, investigados nos dois primeiros meses do ano pela Polícia Judiciária (PJ), representa quase metade do total de homicídios investigados no mesmo período. Dos 23 inquéritos abertos por homicídio consumado em janeiro e fevereiro, 11 tiveram como cenário casos de violência doméstica, de acordo com dados revelados pela PJ ao Observador.
Esses 11 processos dizem respeito a 12 agressores, suspeitos da morte de 14 vítimas. Entre elas há, de acordo com a PJ, dois homens e 12 mulheres. O número inclui Lara, uma menina de dois anos que foi assassinada pelo pai, no Seixal, e um homicídio que “teve lugar em França, sendo a vítima e o autor portugueses”.
Segundo uma análise feita pelo Observador aos casos de violência doméstica divulgados pela PJ (que inclui um caso que ocorreu já em março e que, por isso, não está contabilizado nos valores divulgados pela PJ), a maioria das vítimas foi baleada ou esfaqueada e pelo menos duas tinham feito queixa do agressor que as viria a matar.
Já entre os agressores não há mulheres. “Todos os autores/suspeitos de homicídios no contexto de violência doméstica são do género masculino“, referiu fonte da PJ ao Observador. Os alegados homicidas têm uma média de idades de 44,16 anos. O suspeito mais novo tinha 21 anos e o mais velho tinha 84 à data do crime. Na mesma análise feita pelo Observador, concluia-se que, em metade dos casos, os agressores suicidaram-se depois de cometerem o crime.
Em relação ao ano passado, o número de total de investigações por homicídio consumado também sofreu um aumento. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2018, a PJ instaurou 19 inquéritos por este tipo de crime. Este ano, o número vai já nos 23.
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