O coronavírus continua a fazer “vítimas” entre os fabricantes de automóveis. A Bentley suspendeu hoje a produção em Crewe e informa desde já que actividade fabril não será reiniciada antes de 20 de Abril. Ou seja, quatro semanas, enquanto a maioria dos construtores tem vindo a anunciar paragens produtivas durante duas semanas.

De acordo com a marca do Grupo Volkswagen, a decisão agora comunicada deve-se ao triplo efeito da crise de Covid-19. Primeiro, por causa da elevada taxa de propagação do coronavírus e as restrições daí resultantes. Segundo, porque a pandemia levou a falhas no fornecimento de componentes e, terceiro, porque a venda de automóveis novos está a cair a pique em alguns mercados. Tudo isto não abre à Bentley a perspectiva de uma resolução a curto prazo. Em linha, aliás, com a convicção manifestada pelo CEO da Volkswagen, Herbert Diess, cujas afirmações recentes vão no sentido de que a retoma da “normalidade” não estará para breve.

“O bem-estar dos nossos colaboradores é a nossa prioridade número um e, embora esta tenha sido uma decisão difícil de tomar e não altere a nossa estratégia, sentimos que precisávamos de protegê-los da melhor forma possível nesta situação sem precedentes”, declarou o CEO da Bentley. Adrian Hallmark admite ainda que a suspensão da produção terá reflexos na entrega de veículos a clientes, isto é, haverá “inevitavelmente” atrasos.

Para evitar ao máximo a disseminação do vírus, o construtor britânico lançou o seu “maior programa de trabalho a partir de casa de sempre”, cancelou eventos e suspendeu viagens. Depois da Lamborghini, Ferrari, Bugatti e Rolls-Royce, a Bentley foi a última das marcas de automóveis de luxo a avançar com a suspensão da produção devido ao coronavírus. Talvez por isso seja mais cautelosa a agendar o reinício da actividade fabril. Caso a evolução da pandemia assim o justifique, o mês de paragem agora anunciado pode vir a prolongar-se.

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