O grupo italiano, detentor das marcas Calzedonia, Intimissimi, Tezenis, Intimissimi Uomo e Falconeri, adaptou algumas das suas fábricas para fazer máscaras e batas, com uma capacidade produtiva de 10 mil unidades por dia. O material destina-se a fornecer os serviços de saúde do país.

“O Grupo Calzedonia respondeu com uma ação concreta e imediata à necessidade atual das instituições de saúde na luta contra o Covid-19, colocando à disposição as fábricas e recursos da empresa, para a produção de 10.000 máscaras e batas por dia”, referiu o grupo no comunicado emitido esta terça-feira.

A estratégia passa pelas fábricas de Avio e Gissi, ambas localizadas no norte de Itália, mas também pelas unidades de produção instaladas na Croácia. “Esta produção extraordinária foi possível através da aquisição de maquinaria específica para a criação de uma linha semiautomática e garantindo a devida formação às costureiras”, resume o mesmo comunicado. O processo está a ser dirigido por Sandro Veronesi, o presidente e fundador do grupo.

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O objetivo diário de 10 mil máscaras e batas é, segundo a empresa, válido para uma fase inicial. Está previsto um aumento destas quantidades ao longo das próximas semanas. As entregas de máscaras já começaram. O hospital de Verona, cidade a meio caminho entre Milão e Veneza e onde se encontra a sede do grupo, foi o destino do primeiro donativo.

Desde 1986 que o Grupo Calzedonia se especializou na produção e comercialização de roupa interior. Depois de Itália, a empresa acabou por fechar todas as lojas também nos outros mercados. Atualmente, conta com mais de 4.600 lojas em mais de 50 países. Itália é o país europeu mais afetado pelo surto e, neste momento, o epicentro da pandemia a nível global. Os dados mais recentes apontam para a existência de 69.176 casos de infeção no país e de 6.820 mortes.

No segmento do luxo, a também italiana Prada foi a última a anunciar uma iniciativa de apoio. A marca promete entregar 110 mil máscaras até 6 de abril. Na semana passada, também as marcas francesas Balenciaga e Saint Laurent, bem como a italiana Gucci, todas elas pertencentes ao Grupo Kering, anunciaram a produção de máscaras nas suas fábricas. Esta última comprometeu-se com um milhão de máscaras.

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Na passada quinta-feira, a LVMH, grupo concorrente, comunicou oficialmente que está a fabricar gel desinfetante nas fábricas onde habitualmente saem produtos de cosmética e a distribui-los pelas unidades de saúde francesas.

O tendência já se verifica também fora do segmento do luxo, com a Inditex (grupo espanhol detentor da Zara) a anunciar a produção de 300 mil máscaras até ao final desta semana. O Grupo H&M também se comprometeu a adaptar o seu aparelho produtivo ao fabrico de equipamentos úteis aos profissionais de saúde no tratamento de doentes com Covid-19. A Mango também já anunciou um donativo de 2 milhões de máscaras aos hospitais espanhóis.