O caso positivo de Mikel Arteta, treinador do Arsenal, foi o grande catalisador para a interrupção da Premier League. Até o espanhol revelar que estava infetado com Covid-19, a liga inglesa ainda tinha a intenção de disputar a jornada do fim de semana seguinte, ainda que sem adeptos nas bancadas. Depois de Arteta, tudo mudou. E de lá para cá, quase três depois, nenhum outro treinador da Premier League disse ter sido contagiado. Até esta sexta-feira.

Brendan Rodgers, treinador do Leicester, onde joga o português Ricardo Pereira, revelou que tanto ele como a mulher estiveram infetados pouco depois da paragem do futebol. “Não me senti bem e pouco depois fui diagnosticado. Uma semana depois, a minha mulher também deu positivo. Passámos cerca de três semanas a recuperar. Claro que não foi tão grave como os casos de muitas pessoas, mas perdemos o cheiro e o paladar por três semanas, perdemos a força. Foi duro”, contou o treinador de 47 anos à BBC Leicester Sport.

Premier League “otimista” em ter público na próxima época

O técnico norte-irlandês explicou ainda que “a coisa mais estranha foi perder o cheiro e o paladar”. “Estás a comer o teu jantar, como todos os dias, e de repente não consegues cheirar nem saborear nada. Depois perdes a força, não conseguia andar três metros, começava logo a soprar. Lembrei-me de quando estava a subir o Monte Kilimanjaro. Quando chegas a uma certa altitude, andas e sofres muito com as dificuldades em respirar. Era isso que sentia. Andas 10 ou 20 metros e já pensas: ‘Meu Deus'”, revelou Rodgers, que é treinador do Leicester desde o início da temporada e já orientou o Liverpool, antes da era Jürgen Klopp.

Na semana em que os clubes ingleses voltaram aos treinos de conjunto, com contacto, o técnico garante que está “satisfeito” com as medidas tomadas para garantir a segurança de todos — e que vão culminar no regresso da competição durante o mês de junho. “Quando os jogadores voltaram, era possível ver a quantidade de trabalho que tinha sido feito para garantir que o ambiente é seguro. Também dissemos aos jogadores que a decisão é inteiramente deles, para se sentirem à vontade. Se não estão felizes ou têm receio por eles mesmos ou pela família, não há qualquer pressão. Mas todos os jogadores têm sentido o apoio do clube e têm visto o trabalho que tem sido feito e têm aproveitado o facto de estarem de volta a uma espécie de rotina”, disse Brendan Rodgers. Na altura da interrupção da temporada, o Leicester estava no terceiro lugar da Premier League, a quatro pontos do Manchester City e a 29 do Liverpool.

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