O primeiro-ministro, António Costa, tinha dito, antes da pandemia, que a meta do Governo era chegar a 2023 com um salário mínimo de 750 euros. Esse plano incluía que, no próximo ano, o valor subisse dos atuais 635 euros para 670 euros. Só que, segundo o Expresso, as confederações patronais “nem querem ouvir falar” desse aumento. O Governo ainda não decidiu se se junta aos patrões ou à esquerda, que não quer deixar cair o plano.

O semanário adianta que BE, PCP e PAN querem levar à mesa das negociações, ainda este mês, o aumento do salário mínimo. Ao Expresso, o deputado bloquista Jorge Costa diz que a subida tem sido “uma das explicações mas relevantes para o crescimento e criação de emprego” e que, apesar da pandemia, “as empresas estão mais apoiadas”, o que se deveria repercutir nos salários. O PCP, por sua vez, reitera que o valor já deveria ter chegado aos 850 euros em 2020, enquanto que o PAN admite que a transição inicialmente anunciada possa “ser mais gradual”.

Mas o impacto da pandemia nas empresas pode levar a uma mudança de estratégia no Governo. E as posições dos patrões podem pesar nessa decisão. Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo, o setor mais afetado, diz que nem quer ouvir falar no tema. “Com a crise que vamos viver, não sei se o tema se irá colocar”, considera, por sua vez, António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

A CGTP exige um salário mínimo de 850 euros e a UGT refere que o tema será discutido “na altura própria”.

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