Os alemães têm mais medo das políticas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do que de adoecer com o novo coronavírus e temem mais as consequências económicas da pandemia, segundo os resultados de um inquérito esta quinta-feira divulgados.

Um inquérito da seguradora R+V, diz que, perante a pandemia de Covid-19, muitas preocupações dos alemães passaram para segundo plano, com o índice de medo (que faz a média de todos os receios apontados) a reduzir de 39% para 37%, o valor mais baixo desde o início desta pesquisa, em 1992.

Em 2020, as questões económicas predominam entre os medos dos alemães, perdendo apenas para o medo de que as políticas de Trump tornem o mundo um lugar mais perigoso – uma preocupação que ocupa o primeiro lugar para 53% dos alemães, como já acontecia em 2018.

De acordo com Manfred G. Schmidt, cientista político da Universidade Ruprecht Karls, em Heidelberg, e consultor da R+V, na avaliação deste estudo, o medo de Trump justifica-se porque o Presidente dos EUA “causa repetidas vezes, com a sua política externa, sérios imbróglios internacionais”.

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“Da mesma forma, apenas um em cada três entrevistados tem medo de ser infetado ou de que alguém próximo seja infetado pelo novo coronavírus”, disse a diretora do centro de informações R+V, Brigitte Römstedt, mostrando que “os alemães não reagem com pânico à pandemia”.

Esta tranquilidade também se reflete noutra questão relacionada com o novo coronavírus e que revela que apenas 42% dos inquiridos temem que, com a globalização, a frequência das pandemias aumente no futuro.

A crise sanitária tem o seu maior impacto sobre os temores económicos, que voltaram a ganhar destaque na lista dos medos, neste estudo para o qual foram entrevistadas cerca de 2.400 pessoas. Assim, pela primeira vez em seis anos, o medo do aumento do custo de vida está entre os sete principais temores e sobe do décimo para o segundo lugar.