A Comissão Europeia está a tentar encontrar formas de avançar com a chamada “bazuca” sem a participação da Hungria e Polónia, contornando a resistência dos dois países e lançando, mesmo sem a sua anuência, o mega-plano financeiro de estímulo às economias europeias durante esta crise pandémica. A informação de que pode, afinal, haver um “plano B”, foi transmitida por fonte de Bruxelas ao Financial Times.

Na prática, os outros 25 países podem avançar com veículo de 750 mil milhões de euros que atue como uma “ponte” – entregando recursos financeiros aos países por aí – até que a Hungria e a Polónia decidam mudar de opinião e deixem de bloquear o orçamento de 1,8 biliões de euros que foi lançado no contexto da crise económica provocada pelo novo coronavírus.

A notícia poderá ser vista como uma forma de pressionar os líderes da Hungria e Polónia mas o que é dito pela fonte que falou com o Financial Times é que seria possível criar um veículo financeiro que, no fundo, seria capaz de “replicar os efeitos do pacote originalmente planeado, nos termos em que está concebido”.

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A expectativa de quem está a preparar este “plano B” é que à medida que os outros 25 países começassem a receber dinheiro crucial para reavivar as suas economias, subiria de dia para dia a pressão sobre Budapeste e Varsóvia para que os líderes políticos dos dois países mudassem de atitude. Se o plano desse certo, nessa altura os fundos do veículo seriam reconvertidos para o orçamento comunitário “reforçado” que Hungria e Polónia estão a bloquear.

O primeiro-ministro português disse esta terça-feira não existir um plano B ao bloqueio na aprovação do orçamento da União Europeia (UE) e do novo Fundo de Recuperação, instando ao fim do braço de ferro da Hungria e Polónia. “Não há plano B que não seja aprovar o próximo Quadro Financeiro Plurianual e o Mecanismo de Recuperação e Resiliência no próximo Conselho Europeu de dia 10 e 11 de dezembro”, declarou António Costa, falando em conferência de imprensa, em Bruxelas.

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