O Iniciativa Liberal requereu esta quinta-feira uma audição parlamentar urgente da ministra da Saúde, do coordenador do grupo de trabalho que elaborou o plano de vacinação contra a Covid-19, bem como as empresas farmacêuticas envolvidas, para esclarecer as dúvidas sobre este plano.

Num requerimento a que a agência Lusa teve acesso, o deputado único do Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, afirmou que o plano de vacinação contra a Covid-19, apresentado pelo Governo há uma semana, “é público, é genérico e suscita bastantes questões, especialmente relativamente à sua operacionalização”.

É fundamental assegurar a transparência do plano de vacinação contra a Covid-19, de modo a que os portugueses compreendam o seu objetivo e a sua operacionalização e se sintam, consequentemente, seguros”, defendeu.

Por isso, os liberais consideram que a ministra da Saúde, Marta Temido, e o coordenador do grupo de trabalho que elaborou este plano, Francisco Ramos, devem esclarecer no parlamento “as dúvidas que subsistem”.

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As empresas farmacêuticas que desenvolveram vacinas cuja previsão de conclusão de avaliação já foi anunciada pela Agência Europeia de Medicamentos — segundo o plano de vacinação, a BioNTech/Pfizer e a Moderna — devem prestar esclarecimentos sobre as vacinas desenvolvidas, de forma a que seja assegurada a confiança dos portugueses nestas vacinas”, argumenta.

“O armazenamento e distribuição das vacinas não se encontra suficientemente detalhado, tendo em conta as condições especiais que o plano assegura que serão necessárias para a conservação das vacinas. Igualmente, a administração da vacina exclusivamente pelo Serviço Nacional de Saúde, excluindo, por exemplo, as farmácias, carece de fundamentação adequada, que não se encontra, ainda, assegurada”, condena.

O que falta no Plano de Vacinação contra a Covid-19?

Precisamente há uma semana, a task-force criada pelo Governo para coordenar o plano de vacinação contra a Covid-19 apresentou a primeira versão do documento, em que prevê três fases em 2021 e define critérios para a distribuição e administração na primeira.

A vacina contra a Covid-19, que deverá chegar a Portugal já em janeiro, será universal, gratuita e facultativa, e será disponibilizada à população de acordo com as características aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento.

Segundo a ministra da Saúde, Portugal vai comprar mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, no âmbito dos acordos entre seis farmacêuticas e a União Europeia, o que representa um custo de 200 milhões de euros.

Grupos prioritários, locais de vacinação, prazos. Conheça o plano do Governo ponto por ponto

Estão previstas três fases para a execução do plano de vacinação contra a Covid-19 em 2021 que vão acompanhar o ritmo de disponibilização das vacinas, sendo expectável que nos primeiros meses ainda haja alguma escassez.

Os primeiros grupos prioritários são as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais (forças armadas, forças de segurança e serviços críticos), o que representa, no total, 950 mil pessoas.

Por grupo, são 250 mil em lares e unidades de cuidados continuados, 400 mil com mais de 50 anos e comorbilidades associadas e 300 mil profissionais.

Na segunda fase, ou seja, a partir de março ou abril e até junho ou julho, serão vacinadas 1,8 milhões de pessoas com mais de 65 anos e cerca de 900 mil com patologias associadas e mais de 50 anos.