“Somos mais, muitos mais. Se as pessoas de esquerda forem votar haverá duas mulheres à frente de Ventura.” O apelo surge quase no fim do mais longo discurso de Marisa Matias desta campanha presidencial, na noite desta quinta-feira, no comício virtual da Alfândega do Porto. E se o comício quase parecia o fim da campanha, também teve duas estreias. Para começar, e pela primeira vez, o comício virtual foi abaixo devido a uma quebra de eletricidade, mas Marisa levou o momento na desportiva e até atribuiu a culpa a António Capelo, o ator que estava a discursar. E, segundo, Marisa Matias deu nome aquele a que durante toda a campanha chamou de “candidato da extrema-direita”. Hoje, Marisa disse “Ventura”.

Quase parecia uma despedida. Marisa Matias recordou a grande maioria dos momentos da campanha, os nomes das pessoas que por ela passaram e deixou uma pergunta no ar: “Que esperança é esta que nos levanta? Essa esperança é a emergência. A emergência Covid, desemprego, racismo, climática, liberdade.” No fim, a resposta: “O que nos junta é a alegria e a responsabilidade da vida.” E a responsabilidade a que Marisa se refere chama-se combate à extrema-direita, porque considera que esta forma de pensar a vida “incomoda o conservadorismo e o insulto grosseiro daqueles que quiseram fazer da campanha um ataque às mulheres”.

“Enganaram-se tanto, é que atacaram as filhas da liberdade”, atira, insistindo num voto “com vontade, contra a boçalidade, contra o ódio porque o ódio é a pior das doenças”, mas também por ser a “ignorância dos que têm medo”. São, diz, uns “pseudo-valentes” quando se trata de “insultar mulheres, de desprezar imigrantes, de ignorar os desempregados, de fazer negócio com a saúde privada têm quem lhes faça frente”. Consigo, enaltece, “não fica ninguém para trás”.

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