Mamadou Ba acusa Nuno Melo de ser um “verdadeiro fascistoide” e um “cobardola” pela posição num debate na TVI que contou com a presença de Sebastião Bugalho, Nuno Melo e Joana Cabral. O dirigente do SOS Racismo acusa o eurodeputado centrista de ter sido “igual a si próprio” , chamando-lhe “um marialva trafulha que mente com todos os dentes”.

“Ainda assim, mostrou-se um cobardola que, ao mesmo tempo que exaltava a coragem do criminoso de guerra, não teve a coragem de assumir a sua concordância com a minha deportação proposta por uma petição, patrocinada pelo seu partido, entre outros. E, a dada altura, revelou o verdadeiro fascistoide que é, quando falou nas ‘pessoas de bem’, copiando o Ventura. Assina assim a certidão de óbito do CDS, entregando o espólio que resta ao chega”, escreveu o ativista no Facebook.

Há pouco, na TVI, houve basicamente um debate entre o CDS (representado pelo Sebastião Bagulho e pelo inefável Nuno…

Posted by Mamadou Ba on Wednesday, February 17, 2021

A publicação surge depois de uma semana em que muita tinta se escreveu sobre o tema. Depois de Mamadou Ba se ter referido a Marcelino da Mata como “um criminoso de guerra que não merece respeito nenhum” e ter dito que o luto nacional proposto pelo CDS “é uma afronta a todas e todos nós que herdamos dos horrores do colonialismo”, o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos pediu a “saída imediata” de do dirigente do SOS Racismo do grupo de trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação.

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Voto de pesar por Marcelino da Mata divide bancada do PS

Petição para deportar ativista conta com mais de 15 mil pessoas. SOS Racismo repudia

Quase 15 mil pessoas aderiram, desde domingo, a uma petição pública virtual que exige a deportação do ativista antirracismo Mamadou Ba devido a comentários depreciativos sobre o falecido militar condecorado Marcelino da Mata e SOS Racismo repudiou, esta quinta-feira, o conteúdo das petições em causa.

Em comunicado, a associação sublinha que as posições de Mamadou Ba, “assentes no pleno exercício de uma democracia plural, têm sido alvo frequente de ataques que excedem o contraditório legítimo, para se instalarem no insulto, no ataque difamatório quando não da ameaça pessoal”.

Mamadou Bá nunca perde uma oportunidade de ofender

Os peticionários reclamam que o ex-assessor parlamentar do BE e dirigente da associação SOS Racismo “proferiu declarações caluniosas no Twitter [rede social] contra o militar mais condecorado da História portuguesa, o tenente-coronel Marcelino da Mata, um dia depois do seu falecimento”, aos 80 anos, vítima de covid-19.

“Na sequência de uma opinião que nem sequer está isolada (várias pessoas e instituições condenaram os louvores a Marcelino da Mata), Mamadou Ba esteve no centro de várias petições solicitando a sua expulsão do país, uma delas com cerca de 15 mil assinaturas”, refere o SOS Racismo.

Na nota, o grupo, mostrou-se preocupado com a repercussão das petições no espaço público e a projeção nas redes sociais e media. Na opinião do SOS Racismo, as petições revelam a “permeabilidade do espaço público não apenas à calúnia e ao impropério, mas, principalmente, à mensagem que vê a deportação como punição adequada para uma espécie de delito de opinião”.

De acordo com o grupo, o “magnetismo exercido em certas instituições e partidos, dos mais recentes a alguns que se reclamam cofundadores da Democracia portuguesa, pelo ímpeto racista, pelo discurso do ódio, pela fúria nacionalista”. Por isso, o SOS Racismo repudia o conteúdo das petições, apelando a que outras pessoas e instituições se solidarizem, no zelo necessário para com uma sociedade democrática, plural e crítica.

Líder do CDS acusa Mamadou Ba de ser “racista” e de “usar ódio e preconceito para existência politica”

Mamadou Ba criticou o CDS-PP por ter apresentado no parlamento um voto de pesar pela morte “do sanguinário Marcelino da Mata”. Segundo o ativista, o falecido fundador da tropa de elite “Comandos” terá declarado que nunca entregou “um turra (calão para combatente independentista africano) à PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) do regime fascista de Oliveira Salazar.

“Queixam-se do uso displicente do qualificativo ‘fascista’ e refutam a filiação ideológica ao fascismo. Mas investem na homenagem a figuras sinistras como Cónego Melo, Kaúlza de Arriaga e Marcelino da Mata. Marcelino da Mata é um criminoso de guerra que não merece respeito nenhum”, publicou ainda Mamadou Ba.

CDS-PP exige “saída imediata” de Mamadou Ba de grupo de trabalho contra o racismo

No domingo, o CDS-PP exigiu a “saída imediata” de Mamadou Ba do grupo de trabalho para a Prevenção e o Combate ao Racismo e à Discriminação, criado pelo Governo em janeiro, por ter insultado Marcelino da Mata.

Marcelino da Mata, o mais condecorado militar do Exército português, falecido na quinta-feira, serviu em mais de 2.000 operações na Guerra Colonial e, no pós-25 de Abril de 1974, foi detido e torturado por elementos da extrema-esquerda, exilando-se em seguida em Espanha até ao contragolpe do 25 de Novembro de 1975 (que acabou com o Processo Revolucionário Em Curso).

“Desrespeita os cidadãos e instituições portuguesas”. Chega queixa-se de ativista Mamadou Ba à PGR