Uma cidadã brasileira que estava retida no Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa ao mesmo tempo que Ihor Homeniuk, e que chegou a ser testemunha no processo disciplinar, apresentou uma queixa ao Ministério Público por intimidação. Letícia Calil alega ter sido visitada por um homem que lhe disse ser do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e que a intimidou para não falar em tribunal, avança o Diário de Notícias.

Segundo o DN, Letícia Calil foi visitada por um alegado elemento do SEF precisamente no dia em que este jornal publicou uma notícia sobre ela, embora não a identificando, dando conta da sua disponibilidade para testemunhar em tribunal. Nessa notícia, de novembro de 2020, a testemunha descrevia a sua experiência de 60 dias, entre 21 de janeiro e 19 de março, no Centro de Instalação Temporária do aeroporto, onde conviveu com Ihor Homeniuk e deu conta da sua morte, a 12 de março.

A testemunha mostrava-se disponível para testemunhar no julgamento dos três inspetores do SEF acusado de homicídio, que está a decorrer, depois de já ter prestado declarações  na Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI), no âmbito do inquérito ali aberto relativo aos três inspetores.

Nessa visita, o homem que se identificou como inspetor do SEF, pediu-lhe os documentos, terá tirado uma fotografia do passaporte e terá visto a casa toda e terá feito perguntas sobre a noite em que Ihor morreu.

Letícia ainda foi arrolada como testemunha pela defesa de Ihor, mas o coletivo de juízes considerou ser uma testemunha dispensável por não ter sido uma testemunha ocular.

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