O ministro das Finanças, João Leão, reconheceu que os custos com apoios às empresas são maiores do que o previsto. Na conferência de imprensa de reação aos números do INE, que esta sexta-feira divulgou um défice de 5,7% em 2020, o ministro indicou que os impactos dos apoios nas contas públicas “vão ser mais evidentes nas contas de 2021 e 2022″.

“Vamos rever bastante em alta os custos associados a estes apoios, que resultam das linhas [de crédito] com garantia do Estado, que — uma parte disso — vai ter impacto nas contas públicas, quer em 2021 quer em 2022”.

Se, no ano passado, o défice foi melhor do que o previsto, como mostraram os números do INE desta sexta-feira, “para este ano está a acontecer o oposto”, sublinha o ministro das Finanças, em conferência de imprensa. “A pandemia está a ter um impacto muito maior do que o antecipado”, e, por isso “a redução do défice que estava antecipada é muito menor”, o que “poderá levar mesmo a uma revisão em alta do valor previsto para este ano”. Para já, valem os números do Orçamento do Estado para 2021 — défice previsto de 4,3% — mas este valor deverá ser revisto em breve, no Programa de Estabilidade que o Governo apresentará à Assembleia da República e a Bruxelas.

Em todo o caso, o ministro diz que 2021 já há expectativa de um melhor comportamento da economia. “Já vemos a luz ao fundo do túnel”, disse João Leão. “O Governo e a Comissão Europeia esperam uma forte recuperação no segundo semestre, mas não podemos correr riscos no apoio à economia. Por isso, decidimos, ainda este mês, estender os principais apoios às empresas até ao final do verão”, acrescentou o ministro das Finanças.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em relação ao défice divulgado pelo INE, que foi melhor do que o esperado pelo Governo, resultou, segundo o ministro, “do melhor desempenho da economia e da resiliência do mercado de trabalho”. O ministro entende que “a evolução notável do mercado de trabalho” mostra “a eficácia das medidas” que têm sido apresentadas pelo Governo ao longo da pandemia.

Défice atinge 5,7% em 2020, melhor do que o previsto pelo Governo