A Rússia está a proibir a entrada de voos europeus para Moscovo. As autoridades obrigaram a Austrian Airlines, uma companhia aérea, a cancelar um voo que partia de Viena. Mas não é caso único: outra companhia, a Air France, também viu o seu voo, que saía de França, recusado pela segunda vez, depois da passada quarta-feira ter sido negada a entrada para a capital russa. Este comportamento é uma resposta ao pedido de Bruxelas para que os países da União Europeia evitem o espaço aéreo bielorrusso. As operadoras tiveram de contornar o problema e pensar em novas rotas.

A Air France explicou ao jornal russo Novaya Gazeta a razão do cancelamento do voo: “A AirFrance confirma que o voo AF1151 (CDG/SVO) teve que ser cancelado devido a razões técnicas relacionadas ao desvio do espaço aéreo da Bielorrússia, o que exigiu uma nova autorização das autoridades russas para entrar no espaço aéreo russo”.

A decisão de Bruxelas de pedir que os países da União Europeia não voem para Bielorrussa vem no seguimento da polémica do domingo passado onde um avião da Ryanair que vinha de Atenas com destino a Vilnius foi desviado para Minks com o pretexto de a abordo estar uma suposta bomba. Dentro o avião estava Román Protasevich, um jornalista e ativista bielorrusso, acompanhado pela sua namorada. Foram os dois detidos pela autoridades bielorrussas.

A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) da ONU concordou na passada quinta-feira em iniciar uma investigação sobre a detenção. O conselho, que conta com 36 membros, reuniu-se para “compartilhar e rever as últimas informações disponíveis e discutir” o problema, disse um porta-voz, segundo o The Guardian.

A eventual expulsão da Bielorrússia de uma convenção internacional que facilita as viagens das suas companhias aéreas nacionais em redor do mundo provavelmente consegue conquistar o apoio da maioria necessária se Aleksandr Lukashenko, o presidente do país, e seu regime apoiado por Moscovo, não recuarem com o seu comportamento.

Artigo atualizado às 15h21

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