A “nova variante do Nepal” (como lhe chamou o governo britânico) não é uma variante, nem tão pouco a referida mutação é nova ou desconhecida da comunidade científica, mas foi o suficiente para o Reino Unido tirar Portugal da lista verde das viagens.

A variante de base é a Delta (ou linhagem B.1.617.2 da variante indiana) com uma mutação que já tinha sido identificada na localização K417 nas variantes Beta (da África do Sul) e Gamma (de Manaus, Brasil). Nestes três exemplos, a mutação do gene 417 do SARS-CoV-2, ainda que equivalente, surgiu de forma independente em momentos e regiões geográficas distintas.

A mutação K417N, por si só, não tem um grande impacto na capacidade de o vírus infetar as células humanas, explica Maria João Amorim ao Observador, mas quando aparece associada a outras mutações, o impacto é muito maior. Por enquanto a prevalência da variante indiana e da mutação K417N associada a esta variante é baixa, mas a virologista defende que é preciso estar atento às hospitalizações e à presença da variante e da mutação entre os doentes internados.

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