O voluntário ruandês que confessou a autoria do incêndio na Catedral de Nantes no verão do ano passado, terá esta segunda-feira confessado o assassinato de um padre em Vendée, numa comunidade religiosa no oeste de França. O suspeito foi detido depois de encontrado o corpo.

O corpo de Olivier Maire, o padre de 60 anos, foi encontrado pelas autoridades francesas nas áreas circundantes da comunidade dos Montfortians em Saint-Laurent-sur-Sèvre, pouco depois do imigrante ruandês Emmanuel Abayisenga, de 40 anos, ter confessado o crime numa esquadra da polícia ao início da manhã, pedindo para ser preso.

O alegado assassino estava hospedado numa congregação religiosa ao abrigo do padre Olivier Maire, que o acolhia há vários meses. O jornal Le Monde avança que o corpo será autopsiado para para esclarecer as circunstâncias da morte do padre, e que está também em curso já uma investigação aberta pelo Ministério Público em La Roche-sur-Yon.

O senador da região de Vendée, Bruno Retailleau, terá identificado a vítima como sendo o padre daquela diocese e lamentou a sua morte, que diz ser “uma grande perda”. “Estou profundamente chocado com o terrível assassinato de um padre que tinha o assassino aos seus cuidados. Era o indocumentado que havia incendiado a catedral de Nantes”, escreveu ainda no Twitter. “Mas o que é que este indivíduo ainda estava a fazer em França?”, questinou Retailleau.

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O alegado assassino não poderia sair do país uma vez que já estava a ser investigado pelo incêndio na Catedral de Nantes, o qual confessou uma semana depois de ter ocorrido. O homem era voluntário na diocese e estava encarregue de fechar a catedral.

Voluntário da diocesse de Nantes confessa autoria do incêndio da catedral de Nantes

No Twitter, também o presidente francês Emmanuel Macron já prestou condolências aos membros da comunidade católica. “Ele demonstrava generosidade e amor pelos outros, mesmo nos seus traços faciais. Em nome da Nação, presto homenagem ao padre Olivier Maire. Pensamentos calorosos para os Monfortinos e todos os católicos de França. Proteger aqueles que acreditam é uma prioridade”, escreveu.

Marine Le Pen não tardou a manifestar o desagrado pelo facto de o suspeito se encontrar numa situação ilegal, dizendo que o que está a acontecer em França “é de uma gravidade sem precedentes, é a falência total do Estado”, dirigindo-se ao ministro do interior Gerald Darmanin. “Em França, podemos, portanto, ser ilegais, queimar a catedral de Nantes, nunca ser expulsos e assassinar um padre”, escreveu a líder da extrema-direita francesa.

Em resposta, Darmanin disse ser uma “indignidade” as afirmações de Le Pen. “Em vez de expressar a sua compaixão aos católicos que acolheram este assassino, Le Pen argumenta sem conhecer os factos: este estrangeiro não podia ser deportado apesar da sua ordem de deportação até a sua revisão judicial ser suspensa”, explicou.