A festa de aniversário do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já tinha causado polémica antes de acontecer, devido aos planos megalómanos para uma festa com 500 convidados e 200 empregados na mansão de luxo dos Obamas na ilha de Martha’s Vineyard. Mas, mesmo depois de reduzir a dimensão da festa devido ao avanço da variante Delta nos EUA, algumas fotografias e vídeos escaparam à restrita proibição de captação de imagens e mostram uma festa com centenas de pessoas sem máscara nem distanciamento físico e um ex-presidente a dançar durante horas a fio.

Com os EUA a atravessarem uma nova vaga pandémica devido à variante Delta (e com menos de metade da população totalmente vacinada contra a Covid-19), a que se soma a crise económica que obrigou o governo norte-americano a recorrer a medidas excecionais de alívio financeiro para combater a pobreza crescente entre a população, a enorme festa de Barack Obama está a ser duramente criticada na opinião pública do país. O tablóide New York Post classificou a festa como “o cúmulo da hipocrisia das elites”.

Barack Obama, que completou 60 anos de idade na quarta-feira da semana passada, festejou o aniversário na noite de sábado na sua mansão em Edgartown, na ilha de Martha’s Vineyard, estado do Massachusetts. Obama comprou a mansão há dois anos por cerca de 10 milhões de euros. A casa luxuosa, junto à costa, tem uma área de 640 metros quadrados e sete quartos. Foi ali que, no sábado, Obama juntou celebridades como Jay-Z, Beyoncé, John Legend, Alicia Keys ou Steven Spielberg.

Depois da controvérsia inicial em torno da festa programada para a pequena ilha, o ex-presidente anunciou que iria reduzir consideravelmente o tamanho da celebração devido à variante Delta — embora tenha sublinhado, antes, que a festa seria feita com respeito pelas normas de saúde pública e que todos os convidados seriam testados. Após a polémica, Barack e Michelle Obama anunciaram que a festa seria limitada aos familiares e amigos mais próximos.

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Apesar de várias pessoas terem saído da lista de convidados (seja por opção própria, como Oprah Winfrey, seja por terem sido desconvidados, como o seu estratega Davis Axelrod ou o comediante Larry David), a festa continuou perto de 300 convidados, de acordo com a imprensa internacional. A banda Pearl Jam deveria ter atuado no aniversário, mas o concerto foi cancelado; além disso, a Casa Branca garantiu, logo de início, que o Presidente Joe Biden não estaria presente.

A festa, a que só era possível aceder com uma credencial específica, teve direito a bonés, guardanapos e outro merchandising de luxo com o logótipo “44×60” — uma referência ao facto de o 44.º Presidente dos EUA chegar aos 60 anos —, atuações musicais, uma refeição de luxo e longas horas na pista de dança. Para manter a discrição, a festa tinha uma restrita política de privacidade que proibia os convidados de tirar e divulgar fotografias ou vídeos do evento.

Ainda assim, várias imagens da festa acabariam mesmo por vir a público — sobretudo através das redes sociais do rapper Trap Beckham (que atuou no evento) e do seu agente, TJ Chapman, bem como de outros convidados, que depois tiveram de as remover da internet devido à política de privacidade da festa. Apesar de terem sido removidas mais tarde, as imagens foram captadas por meios de comunicação como o New York Post.

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Para os residentes na ilha de Martha’s Vineyard, a festa de Obama foi também uma dor de cabeça. Por um lado, houve inicialmente grandes receios de que a afluência de pessoas vindas de todo o país fizesse disparar o número de casos de Covid-19 na ilha; depois, já no dia do evento, o Serviço Secreto dos EUA, responsável pela segurança dos ex-presidentes, cortou várias estradas da ilha para garantir que Obama e os convidados circulavam em segurança de e para a festa — além de que o grande fluxo de convidados causou congestionamentos de trânsito na ilha, onde a infraestrutura rodoviária não está preparada para aquela quantidade de carros em simultâne.