*Em atualização

O furacão Ida, considerado “extremamente perigoso”, tocou terra no Luisiana pouco depois do meio-dia de domingo (17h00 em Lisboa), com ventos até aos 240 quilómetros/hora.

Durante a madrugada e 16 horas depois desse momento, o Centro Nacional de Controlo de Furacões dos EUA baixou a classificação do furacão, passando a ser considerado uma tempestade tropical. Neste nível, os ventos passam a ter uma velocidade máxima de 95 quilómetros por hora, mas o alerta mantém-se, sendo que o principal perigo serão as inundações e a destruição de edifícios e infraestruturas.

Os danos são significativos em grande parte do estado. No aeroporto internacional de Nova Orleães todos os voos desta segunda-feira deverão ser cancelados. Um vídeo aéreo partilhado pela Guarda Costeira norte-americana evidencia bem o rasto de destruição do furacão Ida, neste caso especificamente na cidade de Grand Isle:

As autoridades registaram um morto e mais de um milhão de casas ficaram sem energia enquanto o furacão atravessava o estado do Luisiana, assim permanecendo às 18h40 portuguesas. Mais de 25 mil trabalhadores — provenientes de mais de 30 estados americanos — foram destacados para trabalhar no restabelecimento da energia elétrica no estado do Luisiana.

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A primeira morte do furação em solo do Luisiana aconteceu devido a uma árvore caída dentro de uma casa, em Prairieville, segundo o que as autoridades locais anunciaram nas redes sociais.

APSO reports first death related to Hurricane IdaShortly after 8:30 p.m. deputies received reports of a citizen…

Posted by Ascension Parish Sheriff's Office on Sunday, August 29, 2021

As autoridades de meteorologia do país disseram, ainda no domingo, que o fenómeno natural “não está a perder a força”. E Joe Biden, o presidente dos EUA, alertou os americanos que haverá “grande devastação”. Na redes sociais surgem já vários vídeos com os estragos que o Ida está a provocar.

O furacão atingiu terra perto de Fort Fourchon, a sul de Nova Orleães, 16 anos depois de o furacão Katrina ter devastado esta região do sul dos Estados Unidos, provocando mais de 1.800 mortos.

O furacão Ida atingiu este domingo a categoria 4, receando as autoridades norte-americanas que tenha um efeito devastador na costa do estado da Luisiana, o que as levou a procurar assegurar abrigos para as populações que tiverem de ser deslocadas.

A subida de categoria do Ida, numa escala que vai de 1 até 5, já tinha sido antecipada pelo Centro de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês), que na sexta-feira alertou que poderia evoluir para um “furacão principal” e “extremamente perigoso”, com ventos superiores a 200 quilómetros por hora (km/h), atingindo a categoria 4.

Num vídeo partilhado pelo The Washington Post, vê-se parte do telhado de um hospital, o Lady of the Sea General Hospital, a ser levado pelo furacão. “Quando for seguro”, os pacientes vão ser transportados para outra localização, disse uma responsável desta entidade. Não há informação sobre se o acidente provocou feridos.

[O momento em que parte do telhado do hospital é levado pelo furacão]

Os hospitais de Nova Orleães estão a enfrentar esta tempestade já com as camas quase em lotação máxima devido à pandemia da Covid-19, existindo o receio de que os abrigos para aqueles que fogem ao Ida possam representar um risco adicional para novas infeções.

O governador do Luisiana, John Bel Edwards, anunciou que as autoridades procuraram encontrar quartos de hotel para colocar as pessoas que necessitem de sair de suas casas, sendo esta uma forma de reduzir a lotação dos abrigos coletivos. O Ida evoluiu para a categoria 4, registando ventos de cerca de 280 km/h, quando a tempestade estava concentrada a cerca de 280 quilómetros a sudeste da costa de Houma, no Luisiana.

Furação Ida ganha intensidade e sobe para categoria 4

Joe Biden fala em “grande devastação”

Esta tarde, Joe Biden, o Presidente dos EUA, passou pela sede da FEMA, a Agência Federal de Gestão de Emergências do país, em Washington, D.C., e fez um comunicado ao país. Numa curta declaração, o chefe de estado disse que é “necessário levar a sério” este furacão pois poderá provocar uma “grande devastação”.

[Abaixo, veja as declarações de Joe Biden a partir da sede da FEMA]

Apesar do alerta, Biden deixou também uma mensagem de sossego para a população e disse: “Já ando por aqui há muitos furacões e acho que nunca estivemos tão preparados”. Mesmo assim, o líder norte-americano apelou a todas as pessoas que estão no percurso do furacão para “terem cuidado” e seguirem “as recomendações das autoridades”.

O Luisiana, Estado do sul do país, é atingido regularmente por furacões. Ainda não recuperou totalmente do trauma de 2005, quando o Katrina causou uma destruição elevada. Nessa ocasião, Nova Orleães foi inundada em 80%, quando os diques que a protegiam cederam.

Com o aquecimento da superfície dos oceanos, os furacões ficam mais fortes, segundo os cientistas, e aumentam os riscos de incidentes sobre as comunidades costeiras, amplificados pela subida do nível do mar.