O cabeça de lista do Livre à Câmara de Leiria, Filipe Honório, defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de “mapear e identificar os problemas e as necessidades” da população LGBTI no concelho, no âmbito de um plano municipal dirigido àquela comunidade.

Filipe Honório, que participou esta quarta-feira por videoconferência numa reunião com o Movimento LGBTI/Leiria, disse à agência Lusa que um dos problemas se prende com a habitação e com a discriminação de que as pessoas LGBTI “são vítimas”.

“Já é difícil encontrar casa e ter acesso à habitação em Leiria, mas sabemos que estas pessoas [LGBTI] sofrem uma pressão acrescida, porque são muitas das vezes vítimas de discriminação”, disse o candidato do Livre, acrescentando que quer um concelho de Leiria “para toda a gente” — o mote da candidatura é “Uma Leiria para viver” -, ao mesmo tempo que reconheceu que há grupos de pessoas que “sofrem dificuldades ou discriminações acrescidas, sejam os idosos, mulheres e, em particular (…) as pessoas LGBT”.

“Daí, querermos apoiar e fomentar a criação de associações que abordem estas questões, em particular LGBTI, porque mais do que ninguém estão próximas das pessoas”, para potenciar o apoio que pode ser dado em aspetos também relacionados com a saúde mental.

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Segundo Filipe Honório, da reunião com o Movimento LGBTI/Leiria saiu a constatação de que “o concelho de Leiria tem sido marcado muito por alguma invisibilidade das pessoas LGBTI”, sabendo-se que essas pessoas existem, “mas sempre de forma muito escondida e muito recatada até, mas, na verdade, depois elas não se veem nas ruas e em espaços públicos”.

Para dar visibilidade aos membros desta comunidade, está em preparação, para 2 de outubro, a primeira Marcha LGBT de Leiria.

O candidato do Livre teve também contacto com os resultados de um inquérito feito pelo Movimento LGBTI/Leiria, com o objetivo de “identificar situações de discriminação ou situações em que pessoas LGBTI as tivessem sofrido, seja no contexto escolar, seja no contexto de trabalho”, e que apontam para que exista essa discriminação.

Para esta campanha, o candidato do Livre quer dar ênfase também às questões da habitação, pois Leiria tem “um centro histórico que tem 25 por cento do seu edificado como devoluto e, portanto, existe muito património que pode ser aproveitado para devolver às pessoas, para habitação pública”.

Também o património natural e ambiental vai ser uma das “bandeiras” da candidatura do Livre em Leiria, com Filipe Honório a lembrar “as descargas poluentes no rio Lis e a tragédia que ocorreu há quatro anos no Pinhal de Leiria”.

Nas últimas eleições autárquicas, em 2017, o PS manteve a liderança da Câmara de Leiria, conquistando oito mandatos, enquanto o PSD obteve três.

Além de Filipe Honório, concorrem à presidência da Câmara de Leiria nas eleições autárquicas de dia 26 o presidente da autarquia, Gonçalo Lopes (PS), Álvaro Madureira (PSD), Luís Paulo Fernandes (Chega), Marcos Ramos (Iniciativa Liberal), Luís Miguel Silva (BE), Fábio Seguro Joaquim (CDS-PP/MPT), Sérgio Silva (CDU) e Pedro Machado (PAN).