Os militares guineenses vão poder integrar contingentes portugueses em missões de manutenção de paz, como já acontece com os do Brasil e de Timor-Leste, disse esta segunda-feira, em Bissau, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

Num encontro com os jornalistas de órgãos portugueses, durante a visita de trabalho de dois dias que está a efetuar à Guiné-Bissau, Gomes Cravinho explicitou as linhas mestras do futuro programa-quadro que vai marcar a cooperação militar entre os dois países até 2025.

O documento, que será assinado na terça-feira por João Gomes Cravinho e o seu homólogo guineense, Sandji Fati, dá continuidade às ações, mas também contempla inovações e alguma mudança de paradigma na cooperação militar entre os dois países, notou o governante português.

O ministro português disse que ainda não existem valores do novo programa-quadro, mas assegurou que serão mobilizados “os recursos que forem necessários” para o executar já a partir de janeiro de 2022.

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Uma das inovações do novo programa-quadro é a possibilidade de capacitação dos militares guineenses para que passem a integrar contingentes portugueses em missões de manutenção de paz juntamente com os seus camaradas lusos, disse.

Temos disponibilidade para acolher em Portugal militares guineenses para que possam fazer o período de aprontamento e de criação de condições para que possam participar, integrados no contingente português, nas missões de paz”, disse João Gomes Cravinho.

Na outra vertente, acrescentou o ministro, Portugal vai formar militares guineenses para que constituam contingentes próprios que possam ajudar o país a retornar a sua participação em missões internacionais de manutenção de paz.

João Gomes Cravinho destacou o facto de a cooperação no domínio militar de Portugal com os países de língua portuguesa ter sido iniciada com a Guiné-Bissau e ainda salientou que a partir de agora o programa-quadro entre os militares estará sincronizado com o todo o programa de cooperação entre os dois países.

O ministro português anunciou o reforço de diálogo político entre as direções-gerais de política de Defesa dos dois países e ainda a promoção de ações de formação aos militares guineenses para o seu conhecimento da língua portuguesa, que é uma das apostas das atuais chefias militares do país.

João Gomes Cravinho enalteceu ainda a importância do português para as Forças Armadas por ser “umas das línguas unificadoras da Guiné-Bissau”, que é utilizada na formação dos militares e ainda por ser “língua de internacionalidade” do país, notou.