Tic, tac, tic, tac, tic, tac. Desde a meia noite de 31 de agosto que existe um relógio sem som mas que todos conseguem ouvir no Parque dos Príncipes. Não é propriamente uma bomba mas pode transformar-se numa bomba. Não é um alarme mas todos os dias faz soar alarmes. Não tem um temporizador mas faz com que se olhe de outra forma para o tempo. Pelo menos faz com que apareçam situações quase insólitas, como a que foi descrita pelo Mundo Deportivo nos bastidores da entrega da Bola de Ouro em que o clube fez quase uma guarda pretoriana para defender um jogador de qualquer abordagem de outros clubes. Questão: até quando estará Kylian Mbappé no plantel do PSG? Ninguém sabe. E o próprio também contribui por isso.

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Após o fecho do mercado, o avançado admitiu em entrevista ao antigo internacional Jérôme Rothen na RMC Sports que pediu aos responsáveis parisienses para que pudessem negociar a saída para o conjunto de Madrid, algo que não aconteceu nem com uma proposta de 200 milhões de euros. Mais recentemente, ao também ex-internacional Thierry Henry na Amazon Vídeo, contou que já tinha aprendido a falar espanhol. Agora, quase em contraponto a tudo o que tem apontado, admite que possa existir outro desfecho.

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“O meu futuro? Bem, passar de uma jovem promessa a profissional, do Mónaco para o PSG, era algo lógico. Agora que falamos de carreira, pode sempre haver espaço para o imprevisto. Gosto das surpresas, gosto dos imprevistos, faz parte da beleza do desporto. Podem sempre acontecer coisas que mudam os teus planos, é impossível prever o que estarei a fazer nos próximos 20 anos. Dinheiro? Os vínculos pessoais são muito mais apaixonantes. A experiência de vida é o que na verdade conta, mais do que acumular dinheiro. Tenho vontade de descobrir, viajar, conhecer outros jogadores e culturas”, disse à Paris Match.

“Sou sempre eu que tenho a última decisão em relação à minha carreira mas discuto sempre isso com os meus pais. Nunca se opõem às minhas decisão e não me impuseram nada, nem mesmo quando era ainda menor. Explicaram sempre que era melhor assim porque em caso de erro ou de uma má decisão não poderia censurar”, referiu ainda, dizendo que o PSG “tem feito um esforço considerável para melhorar a equipa ao longo dos anos”: “Só faltam mesmo alguns detalhes para conseguirmos ganhar. No futebol há uma parte grande de sorte mas temos de provocar essa sorte e talvez não tenhamos feito o suficiente”.

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De recordar que, na sequência do polémico sorteio da Liga dos Campeões de segunda-feira que foi alvo de repetição três horas depois, o PSG vai defrontar o Real Madrid nos oitavos, encontro que marcará não só os regressos de Sergio Ramos, Navas e Di María ao Santiago Bernabéu mas também o confronto entre Mbappé e o conjunto espanhol que poderá reforçar a partir do próximo verão a custo “zero”. E, de acordo com o L’Équipe, o clube liderado por Florentino Pérez terá congelado as intenções de apresentar um contrato ao avançado até março por respeito à formação francesa e ao próprio jogador, o que dará também um pouco mais de tempo aos parisienses para alcançarem aquilo que hoje é uma utopia: a renovação.